Novos detalhes sobre o objeto interestelar em forma de charuto surgiram depois que cientistas passaram semanas estudando a misteriosa “rocha alienígena”. Os cientistas revelaram que Oumuamua, que foi detectado por um telescópio em outubro, está envolto em uma camada isolante orgânica, informou o Independent.
Os pesquisadores realizaram dois grandes estudos para determinar a categoria de Oumuamua e do que poderia ser constituído. Um grupo de pesquisadores usou espectroscopia e modelagem térmica para tentar compreender a composição da rocha, enquanto outro grupo analisou a cor de Oumuamua para tentar aferir com o que se assemelharia.
De acordo com o novo estudo, o objeto provavelmente seria composto por um corpo gelado protegido por um casaco orgânico que o vedaria da luz solar.
O professor Alan Fitzsimmons, da Queen’s University Belfast e coautor da pesquisa sobre a composição da rocha, disse que apesar de não terem identificado gelo no corpo interno, suas investigações não o descartam.
Spectroscopy of ‘Oumuamua shows an originally icy body: @FitzsimmonsAlan, @colinsnodgrass, Ben Rozitis, Bin Yang, Tom Seccull, Meabh Hyland, @astrokiwi, @wtfastro, @jedicke, @pedrolacerda. In @NatureAstronomy, on @arxiv tomorrow pic.twitter.com/P35OTMJ8vX
— Alan Fitzsimmons (@FitzsimmonsAlan) December 18, 2017
“No final, este foi um bom resultado, porque nós sempre temos esperado que a maioria dos objetos que visitassem nosso sistema solar fosse gelado por natureza”, disse Fitzsimmons ao Independent.
“Nosso estudo diz que este objeto poderia bem ser gelado por natureza, mas não detectamos esse gelo devido ao fato de ele ter sido assado por radiação energética entre as estrelas por centenas de milhões de anos, ou mesmo bilhões de anos”, acrescentou.
Quanto ao casaco orgânico, Fitzsimmons disse que estava feito de compostos a base de carbono do material original rico em gelo e rico em carbono que veio de seu sistema de estrela inicial, informou a AFP.
“[O escudo foi] criado por reações entre a superfície original e o bombardeio por partículas energéticas no espaço interestelar ao longo de milhões ou bilhões de anos”, disse Fitzsimmons à estação de notícias.
“É difícil saber o que se lembra, mas é possível algo entre poeira de carvão e grafite (aparas de lápis)”, acrescentou.
A drª. Michele Bannister, também da Queen’s University Belfast e autora de outro estudo sobre a cor da estranha rocha, disse que eles esperavam que rochas semelhantes ao Oumuamua fossem lançadas de outros cantos do universo para o nosso sistema solar. No entanto, por serem tão escuras, elas são difíceis de serem detectadas.
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— Michele Bannister (@astrokiwi) December 18, 2017
“De certa forma, nós temos esperado essas coisas por algum tempo”, disse Bannister ao jornal. “Nosso próprio sistema solar expeliu milhões de corpos rochosos muito pequenos, e devemos esperar que outros façam o mesmo.”
As descobertas foram interessantes, pois elas dão aos cientistas a oportunidade de entender como outras estrelas foram formadas e como objetos podem lidar com o ambiente adverso do espaço, dando-nos uma amostra concreta de algo que passou por este processo.
Bannister disse que Oumuamua pode ter viajado em nosso universo por milhões ou bilhões de anos. “Ele viajou por milhões ou bilhões de anos ─ pode ser mais antigo que o nosso sistema solar”, afirmou o cientista. “Ele veio de uma longa jornada, mas parece muito familiar.”
Oumuamua é um termo de um dialeto nativo do Havaí para “mensageiro longínquo que chegou primeiro”. Oficialmente chamado ‘Interstellar Asteroid 1/2017 U1’, o Oumuamua parece ter se originado da estrela Vega, e agora está saindo do Sistema Solar, o que que pode levar aproximadamente 20 mil anos.
Colaborou: Simon Veazey
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