Negociações do NAFTA cada vez mais difíceis, diz secretário de comércio dos EUA

15/11/2017 22:51 Atualizado: 15/11/2017 22:51

As negociações do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) estão agora abordando os detalhes mais complexos do acordo, e o calendário político tornará muito desafiador completar um novo acordo, de acordo com o secretário de comércio estadunidense Wilbur Ross.

Falando na conferência anual de 2017 do Conselho EUA-Japão em 13 de novembro, Ross disse que não há data exata para o término das negociações. Mas se não houver qualquer resolução até o final de março, será mais difícil finalizar as negociações, disse ele.

Ross citou as próximas eleições provinciais no Canadá e a eleição presidencial no México no próximo ano como impedimentos. Ele também reiterou que a atual Autoridade de Promoção Comercial (TPA) nos Estados Unidos expiraria em julho de 2018.

“Devido à natureza do Congresso no momento, não está claro se essa autoridade será renovada”, disse ele.

A TPA, também conhecido como um dinamizador de acordos de comércio, é um procedimento legislativo que o Congresso concede ao presidente. E permite que a administração negocie acordos comerciais sem interferências que causem atrasos.

“Se não possuímos a chamada autoridade dinamizadora, é muito difícil, como uma questão prática, fazer qualquer coisa”, disse Ross.

Ele disse que outro desafio será as eleições do meio-período do Congresso dos EUA em novembro do próximo ano.

“Quanto mais nos aproximamos de 2018, mais difícil será conseguir que algo complicado seja aprovado no México, no Canadá ou nos Estados Unidos”, disse ele.

O presidente Donald Trump chamou os 23 anos do NAFTA de “um desastre” e prometeu reformular os termos.

As negociações entre o México, Canadá e Estados Unidos começaram em agosto e a quinta rodada de negociações será realizada na Cidade do México de 17 a 21 de novembro. Sob as regras do NAFTA, os países podem se retirar unilateralmente do acordo bastando um aviso prévio de seis meses.

Será devastador para a economia mexicana se um acordo não puder ser alcançado, disse Ross. O México envia quase 80% de suas exportações para os Estados Unidos.

Além disso, tanto o México quanto o Canadá têm superávits comerciais com os Estados Unidos, então “isso seria muito mais prejudicial para eles do que para nós”, disse Ross no evento CEO Council Meeting do Wall Street Journal em 14 de novembro.

“Eu certamente preferiria que eles fossem sensatos e fizessem um acordo razoável.”

Se as partes não conseguirem chegar a um acordo trilateral, é provável que o NAFTA se desintegre. Trump anteriormente indicou que está aberto a acordos comerciais bilaterais com o Canadá e o México.