NASA descobre enorme vórtice polar acima de tempestade “hexagonal” de Saturno
Acima das nuvens de Saturno (o planeta mais espetacular do nosso sistema solar), uma característica inesperada foi descoberta recentemente. Um estudo de longo prazo encontrou um “vórtice de alta altitude e aquecimento” existente acima da região do pólo norte de Saturno, a partir de dados extraídos da sonda Cassini da NASA.
No momento, o planeta com anéis cuja rotação única em torno do Sol dura 30 anos terrestres, está caminhando para o que seria seu verão, com o pólo norte voltado para o sol, fazendo com que esse vórtice polar aumentasse de intensidade.
O vórtice forma uma estrutura imponente sobre o agora famoso hexágono de Saturno – um perfeito furacão de seis lados na posição do pólo norte – nas nuvens abaixo.
O que é mais notável sobre este vórtice é que sua forma parece imitar a forma hexagonal da formação da tempestade, o que sugere que o que está acontecendo em altitudes mais baixas influencia o que está acima.
Saturno estava no auge de seu inverno quando a espaçonave Cassini entrou pela primeira vez em sua órbita em 2004. Naquela época, o pólo sul tinha seu próprio vórtice similar. Em 2009, o planeta começou a entrar no verão, e os raios do sol tocaram o pólo norte pela primeira vez em 15 anos.
Então, Cassini passou pelo pólo norte para ver mais de perto, deslizando entre Saturno e seus anéis e observou um vórtice polar e aquecido subindo na estratosfera, a centenas de quilômetros acima das nuvens.
“As bordas desse vórtice recém-encontrado parecem ser hexagonais, combinando precisamente com um famoso e bizarro padrão de nuvens hexagonais que vemos mais profundamente na atmosfera de Saturno”, disse a autora do estudo, Leigh Fletcher, da Universidade de Leicester.
No entanto, essa descoberta apenas acrescenta ao mistério que envolve os fenômenos atmosféricos de Saturno, e o próprio hexágono ainda é uma questão intrigante.
O hexágono foi visto pela primeira vez pela nave espacial Voyager nos anos 80. Com uma profundidade de 60 milhas, esta formação de tempestade é grande o suficiente para envolver 4 Terras. É descrito como uma corrente de jato estreita que circunda o pólo norte, com ventos de amônia e hidrogênio a 220 milhas por hora em torno dele.
Os cientistas acreditam que a forma do hexágono é causada por ventos e atritos mais lentos, que produzem redemoinhos e mini tempestades que causam um padrão geral de ondas. Esse padrão também foi reproduzido em laboratório, girando a água em diferentes velocidades.
“O mistério e a extensão do hexágono continuam a crescer, mesmo depois de 13 anos de investigação da Cassini em órbita ao redor de Saturno”, disse Linda Spilker, cientista da Cassini. “Estou ansiosa para ver outras novas descobertas que permanecem nos dados da Cassini”.