Por Minghui
Wei Boyang, um renomado alquimista da Dinastia Han do Leste (25 d.C. – 220 d.C.) era de linhagem nobre. Estava interessado em pesquisar artes mágicas taoistas. Para terminar de criar as pílulas da imortalidade em que estava trabalhando, ele decidiu levar com ele três de seus discípulos às montanhas.
Wei tinha consciência de que alguns de seus discípulos não tinham uma grande fé. Uma vez que terminou de criar as pílulas, ele lhes disse: “Será melhor que primeiro provemos as pílulas em um cachorro. Se ele voar até o céu, então poderemos tomá-las também.”
Ele deu uma pílula ao cachorro, que morreu no ato. Wei olhou para seus discípulos: “Eu estava preocupado que as pílulas pudessem não funcionar. Foram feitas corretamente, mas o cachorro morreu depois de engoli-las. Talvez porque criá-las é um ato que está contra a vontade do Céu. Se tomarmos as pílulas, nós também morreremos. Agora, o que deveríamos fazer?”
Um discípulo perguntou-lhe: “Mestre, o senhor vai tomar a pílula?” Wei disse: “Ao deixar minha família para trás quando fui às montanhas, violei a tradição da sociedade. Agora, que não alcancei o Tao, eu estou envergonhado demais para voltar. Seja para eu viver ou morrer, eu tenho que tomar a pílula.” Ele tomou a pílula e caiu morto.
Os discípulos olharam-se uns aos outros e não sabiam o que fazer. Só um discípulo disse: “Para mim, o Mestre não é alguém comum. Pode ser que aquele que morreu não seja seu Ser verdadeiro.” Ele tomou a pílula e também caiu morto.
Os outros dois discípulos discutiram: “Viemos buscar a imortalidade. Agora que sabemos que a pílula nos matará, de que ela nos serve? Se não tomarmos a pílula, teremos ainda umas tantas décadas de vida.” Assim os dois discípulos não tomaram a pílula. Em vez disso foram para as montanhas em busca de caixões para Wei e para o discípulo falecido.
Quando se foram, Wei se levantou, tossiu e cuspiu a pílula. Colocou-a na boca do discípulo e em seguida na boca do cachorro. Ambos ressuscitaram. Este discípulo, cujo apelido era Yu, voou para o céu junto com Wei em plena luz do dia. Mas, antes de voar, viram passar um homem. Wei escreveu uma carta e pediu ao homem que a entregasse aos dois discípulos que se foram. Ao receberem a carta, os dois discípulos mergulharam em profundo pesar.