Por Daniel Y. Teng
O tenista número um do mundo, Novak Djokovic, tem uma boa chance de superar a ordem de deportação em sua campanha para o 21º Grand Slam, de acordo com advogado.
Justin Quill, um parceiro de mídia e de processo dos advogados da Thomson Geer, afirmou que havia a possibilidade do Circuito Federal e o Tribunal da Família concederem a Djokovic uma liminar perante a atual ordem do governo federal para deportá-lo, o que irá postergar os procedimentos judiciais formais para uma nova data.
Isso, por sua vez, daria ao sérvio a chance de buscar seu décimo título do Aberto da Austrália.
“Digo isso sem um grande grau de certeza – digamos 51 contra 49 por cento – não significa necessariamente que ele vai ganhar o caso”, declarou Quill à rádio 3AW, no dia 7 de janeiro.
“Suspeito que o juiz vai dizer , ‘Vou conceder uma medida cautelar … e então vou ouvir este caso corretamente – todos nós sabemos que a roda da justiça não gira rapidamente – e vamos ouvir sobre isso nas próximas semanas e meses. O juiz pode apenas tentar apaziguar um pouco”, afirmou.
Quill declara que casos legais semelhantes “acontecem com frequência” e que a verdadeira batalha seria se um tribunal concederia uma liminar ou suspenderia uma ordem governamental, permitindo assim que as partes – ou, neste caso, Djokovic – continuassem com suas atividades.
“O que geralmente acontece então é que as partes chegam repentinamente a algum tipo de acordo e resolvem o caso, e ponto final”, relatou ele.
Djokovic está atualmente lutando contra uma ordem de deportação no tribunal após autoridades federais alegarem que a estrela do tênis não tinha isenção às rígidas exigências de vacinação da Austrália.
A isenção havia sido concedida inicialmente pelo governo do estado de Victoria, que supervisiona os requisitos de quarentena em Melbourne, sede do Aberto da Austrália.
Os motivos de sua isenção ainda não foram oficialmente divulgados e foram baseados no parecer do Grupo Consultivo Técnico Australiano sobre Imunização (ATAGI) e do Painel de Revisão Médica Independente, cujos membros são nomeados pelo governo estadual.
Além disso, enquanto os governos estaduais e territoriais podem emitir isenções para requisitos de vacinação para viajantes que entram em suas jurisdições, o governo federal controla as fronteiras internacionais e pode contestar qualquer isenção.
Djokovic chegou ao aeroporto de Melbourne às 23h20 do dia 5 de janeiro e foi detido pela Força de Fronteira Australiana (ABF).
A ABF posteriormente divulgou um comunicado declarando que a estrela do tênis “falhou em fornecer evidências apropriadas” para atender aos requisitos de entrada para a Austrália e que seu visto foi “posteriormente cancelado”.
A estrela do tênis está atualmente residindo em quarentena em hotel, até que seu processo judicial seja finalizado.
Quill criticou o processo por trás da concessão de uma isenção a Djokovic, citando a falta de transparência.
“Quando alguém lhe diz: ‘Não posso te dizer por que estou fazendo isso. Apenas confie em mim’, quando alguém diz isso – ficamos um pouco desconfiados”, afirmou.
“Como diz o velho ditado, ‘A luz solar é o melhor desinfetante.’ Não tivemos nenhuma luz sobre a decisão de conceder a ele essa isenção médica, parece terrivelmente suspeito, e até que obtenhamos transparência – pode ser tudo verídico- mas até que obtenhamos transparência, eu, por exemplo, estou desconfiado”, acrescentou.
Quill estimou que o processo judicial com Djokovic provavelmente custaria ao governo mais de AU $ $250.000 (US $179.000) e, se “se arrastar”, pode chegar a mais de $1 milhão.
Os organizadores do torneio esperam que o caso de Djokovic seja resolvido amigavelmente, com o CEO da Tennis Australia, Craig Tiley, alertando que o prestigioso evento – um dos quatro Grand Slams principais – nem sempre foi garantido para acontecer no Down Under.
“Mesmo que tenhamos um contrato até 2039 com o governo, isso não significa que se não tivermos o evento por alguns anos e outro país colocar muito dinheiro para um grande evento que seja fácil de jogar, então eles [os melhores jogadores] não viriam aqui”, declarou ele à rádio SEN, em fevereiro de 2021.
“ A única razão pela qual recebemos os jogadores aqui é porque oferecemos muitos prêmios em dinheiro e passamos muito tempo buscando-os para vir”, afirmou. “Os outros Grand Slams que jogaram no ano passado não requisitaram voar para tão longe ou fazer 14 dias de quarentena, então temos que superar isso e fazer com que os melhores jogadores joguem aqui”.
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