Correspondentes estrangeiros no Chile denunciam intimidação durante protestos

Por efe
23/09/2022 12:53 Atualizado: 23/09/2022 12:53

A Associação de Correspondentes da Imprensa Internacional no Chile (ACPI) denunciou nesta quinta-feira a escalada de violência e intimidação desencadeada por um grupo de encapuzados contra jornalistas que cobrem as manifestações na capital, Santiago, depois que alguns deles tentaram atacar hoje vários profissionais, entre eles os fotógrafos das agências Efe e AFP.

Em comunicado divulgado após a marcha estudantil convocada nesta quinta-feira na praça central de Baquedano, coração dos protestos de 2016, a ACPI esclareceu que os agressores são um pequeno grupo claramente organizado fora da marcha que também atuou nos protestos dos últimos dias 8 e 11 de setembro.

Nessas duas marchas, esse pequeno grupo já tentou assaltar várias farmácias e outros estabelecimentos, segundo registrou um dos fotógrafos da Efe, de quem tentaram arrancar a máquina fotográfica sob ameaças de agressão.

“A ACPI expressa sua condenação aos ataques e ameaças com facas sofridos nesta quinta-feira por vários colegas jornalistas que tentaram cobrir a marcha estudantil que foi convocada na Plaza Italia, onde um pequeno grupo de homens encapuzados muito violentos intimidou fotógrafos e cinegrafistas para evitar que registrassem a manifestação no centro de Santiago”, diz a nota.

“Embora este tipo de grupo violento tenha atuado contra a imprensa em ocasiões anteriores, mais recentemente nas manifestações de 8 e 11 de setembro, esta é a primeira vez que abordam jornalistas, os pressionam para saber os nomes dos meios de comunicação onde trabalham e os perseguem com facas para obrigá-los a deixar o local, inclusive com a intenção de tirar seus equipamentos de trabalho”, acrescenta o comunicado.

A ACPI também advertiu que “o episódio de hoje marca mais uma deterioração desse tipo de cobertura no Chile, causada por grupos pequenos e perfeitamente identificáveis ​​que, no entanto, estão conseguindo intimidar impunemente para que a imprensa não possa exercer seu trabalho”.

Por essa razão, exorta as forças policiais a serem mais proativas na luta contra estes grupos violentos, que nada têm a ver com os protestos e se dedicam a cometer crimes e a desmantelar as manifestações, e a distinguir melhor entre os violentos e os que protestam pacificamente.

Embora os fotógrafos e jornalistas ameaçados tenham conseguido sair da área sem sofrer ferimentos, foi relatado que várias pessoas que estavam filmando tiveram seus telefones roubados, alguns dos quais foram destruídos ​​nas ruas.

 

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