Por Celeste Armenta
Até hoje, Raquel não sabe como atravessou o jardim de sua casa, em questão de segundos, e salvou o filho do ataque de um puma selvagem.
Raquel del Rosario é uma cantora espanhola que vive atualmente na Califórnia, nos Estados Unidos, com o marido, o cineasta galego Pedro Castro, e os dois filhos pequenos, Leo e Mael.
Na manhã de 26 de agosto de 2020, o filho de 5 anos de Rosário, Mael, disse à mãe que estava saindo para procurar uma fruta na árvore do jardim.
“O grito que ouvi segundos depois ainda está ecoando na minha cabeça, assim como a imagem que vi quando me virei”, publicou Rosario em seu Instagram.
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Era Mael, que estava sendo violentamente atacado por um puma. Rosario lembra como deixou de “perceber o mundo” e atravessou o jardim em milissegundos para salvar o filho. Tampouco sabe de onde veio a força com que atingiu o mamífero — com os punhos — e conseguiu afastá-lo.
Nesse momento seu marido chegou e eles entraram rapidamente em sua casa, quando apareceu um segundo puma. Na primeira oportunidade que tiveram, foram ao hospital atender o menino.
“Meu coração se partiu completamente quando o vi sair da cirurgia. Toda a força que havia me invadido naquela manhã desapareceu, deixando-me completamente indefesa contra uma dor que eu desconhecia completamente. O medo me invadiu”, lembrou.
O menino ficou gravemente ferido entre o queixo e o pescoço, além de ferimentos menos graves nos braços e nas costas.
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“Mais alguns milímetros e eu não teria conseguido”, foram as palavras do médico, referindo-se ao rasgo no pescoço de Mael.
Embora os pumas façam parte da vida selvagem da Califórnia, eles raramente entram em áreas urbanas ou atacam. De fato, vários vizinhos de Rosario viveram na área “toda a vida”, mas nunca viram um, relatou Rosario à revista espanhola HOLA.
O puma que atacou Mael tinha um ano, pesava 30 quilos e estava aprendendo a caçar sem a mãe. Possivelmente foi isso que salvou o menino, porque se fosse um puma adulto, o ataque não teria sido apenas um teste, mas um ataque fatal, segundo a equipe do Madrid Safari, consultada pela mídia Telemadrid.
No mesmo dia, horas após o ataque, Rosario voltou para casa para levar algumas coisas para o hospital, contou em sua postagem. Quase ao mesmo tempo as autoridades chegaram para recolher provas e interrogar a mãe.
Durante a inspeção perceberam que o puma permanecia “agachado” no jardim. Cumprindo o protocolo da Lei da Califórnia, o felino foi sacrificado ali mesmo. Embora saiba que essa decisão não depende dela e de sua família, Rosario afirma que gostaria de um desfecho diferente para o puma.
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Da janela de sua casa, Rosario pôde observar como dois outros pumas chegaram ao seu jardim. Um era o irmão e o outro a mãe do puma morto.
“Ela se posicionou ao lado do corpo sem vida do filho e trocamos um olhar de dor que jamais esquecerei (vocês não imaginam os sonhos que tive com ela)”, publicou Rosario em uma segunda publicação.
“Saí de casa com o coração partido e uma mistura interminável de sentimentos sobre tudo o que aconteceu. Mas naquele momento eu só conseguia pensar em proteger Leo e estar perto de Mael, o eterno e irremediável amante dos animais”, acrescentou.
O irmão do puma foi sedado, uma coleira GPS foi colocada nele e ele foi liberado em uma área próxima. A mãe do animal já tinha uma coleira, segundo a HOLA.
“A vida nos fala através de eventos que muitas vezes estão além de nossa compreensão, que nos convidam a abrir mão do controle, nos colocam no agora e nos lembram que nossos filhos são um empréstimo precioso da vida, que sua alma tem seu próprio plano diante do qual só podemos dar amor e dedicação”, refletiu a corajosa mãe.
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