Clinton Foundation mantém doação de US$ 250 mil de Harvey Weinstein

19/10/2017 02:16 Atualizado: 19/10/2017 02:28

O recentemente desgraçado magnata de Hollywood Harvey Weinstein doou no passado até US$ 250 mil para a Clinton Foundation ─ e a fundação irá mantê-la, mesmo depois das acusações contra ele de assédio sexual e estupro.

A fundação declarou no domingo, 15 de outubro, que as doações, que variam entre US$ 100 mil e US$ 250 mil já foram gastas em seus projetos, de acordo com The Daily Mail.

A decisão de manter o dinheiro não foi surpresa, depois de tuítes do porta-voz da fundação, Craig Minassian, terem aparentemente confirmado.

“Sugerir que a @ClintonFdn devolva os fundos de nossos mais de 330.000 doadores ignora o fato de que as doações foram usadas para ajudar as pessoas em todo o mundo”, escreveu Minassian em 14 de outubro.

Weinstein, co-fundador da Miramax e recentemente demitido por seu Conselho após denúncias de má conduta sexual, é um dos principais doadores do Partido Democrata. As cobranças para que a fundação devolvesse o dinheiro de Weinstein começaram a surgir depois que cerca de 30 mulheres vieram a público acusar o produtor de Hollywood de assédio sexual e estupro. O escândalo colocou muitas estrelas e políticos de Hollywood sob um foco incômodo.

Já dezenas de políticos do Partido Democrata, incluindo o líder da minoria do Senado Chuck Schumer (DN.Y.), o senador Al Franken (D-Minn.), a senadora Elizabeth Warren (D-Mass.) e o senador Cory Booker (DN. J.), se comprometeram a doar todas as suas contribuições recebidas de Weinstein para instituições de caridade de direitos das mulheres, informou a Fox News.

Hillary Clinton fez uma declaração semelhante sobre o escândalo, embora com cinco dias de atraso, dizendo que estava “chocada e consternada” pelas revelações sobre Weinstein.

Weinstein hospedou captadores de fundos para Clinton no passado e doou mais de US$ 46 mil para sua recente campanha presidencial e outras atividades eleitorais, informou a Fox News.

Posteriormente, Clinton disse à CNN que doaria o dinheiro para caridade. “O que outras pessoas estão dizendo, o que meus antigos colegas estão dizendo, é que eles vão doar isso para caridade, e é claro que vou fazer isso.”

A então senadora Hillary Clinton e o chefe da Miramax, Harvey Weinstein, chegam ao Brooklyn Museum para a estréia do filme da Miramax 'Finding Neverland', em Nova York, 25 de outubro de 2004 (Evan Agostini/Getty Images)
A então senadora Hillary Clinton e o chefe da Miramax, Harvey Weinstein, chegam ao Brooklyn Museum para a estréia do filme da Miramax ‘Finding Neverland’, em Nova York, 25 de outubro de 2004 (Evan Agostini/Getty Images)

Weinstein foi recentemente expulso da Motion Picture Academy depois que o Conselho de Administração da Academia se reuniu no sábado para discutir as alegações contra Weinstein. O conselho aprovou sua expulsão por ampla maioria, ultrapassando os dois terços de votos necessários.

“Nós fazemos isso, não simplesmente para separar-nos de alguém que não merece o respeito de seus colegas, mas também para enviar uma mensagem de que a era da ignorância deliberada e da cumplicidade vergonhosa com o comportamento sexualmente predatório e o assédio em local de trabalho em nossa indústria acabou”, escreveu o conselho em seu comunicado oficial. “O que está em causa aqui é um problema profundamente preocupante que não tem lugar em nossa sociedade.”

O conselho também declarou que está trabalhando para estabelecer padrões éticos de conduta que todos os membros deveriam inspirar.

A decisão do conselho chegou no mesmo dia em que o irmão de Weinstein, Bob Weinstein, quebrou o silêncio e criticou seu irmão chamando-o de predador. Bob Weinstein disse que pretendia escrever uma carta ao conselho, mas não está claro se a carta chegou aos membros antes de sua decisão ser tomada.

Weinstein responde a pelo menos oito processos de supostas vítimas que alegam abuso sexual ao longo dos anos, de acordo com o New York Times, o qual foi acusado de abafar uma revelação sobre Weinstein em 2004 depois de o magnata ter usado sua influência sobre o jornal para “cortar” a matéria. Num artigo posterior no New Yorker, três mulheres alegaram que Weinstein as estuprou.

NTD Television

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