Por Celeste Armenta
Superando todos os obstáculos que surgiram em sua vida, um jovem brasileiro encarou a adversidade como um desafio e considera-se a prova de que o ambiente adverso no qual uma pessoa cresce não necessariamente a marca negativamente. Após passar momentos familiares em que só comiam manga, devido a falta de renda, hoje o jovem é um advogado ativo em sua cidade.
Eliel da Silva Maciel, de 29 anos, é natural de Macapá, no estado do Amapá, onde reside atualmente. A área onde cresceu é caracteristicamente úmida, a ponto das casas serem de palafitas, ou seja, casas que são construídas sobre estacas de madeira, geralmente dentro de um lago ou rio. A casa da família de Maciel fica entre dois rios.
O bairro onde o jovem advogado cresceu ficou conhecido por ser uma área com altos índices de criminalidade, devido, em grande parte, à venda de drogas. Em meio a esse ambiente, Maciel percebeu desde muito jovem que muitas famílias precisavam de ajuda jurídica, mas nem sempre era possível pagar um advogado.
Daí nasceu o sonho do jovem de ser um advogado, o que mais tarde tornaria se uma meta. Não seria fácil. O pai, que Maciel lembra ser muito responsável, trabalhava regularmente como pedreiro e mototaxista, mas quando a renda era escassa no inverno, isso se tornou um problema.
O que não faltou foi a manga e, graças a ela, a família saiu para tirá-la das árvores, tornando-a seu principal alimento.
“Costumávamos comer manga com farinha no jantar, manga no almoço, manga no café … até meu pai nos dar algo melhor para comer. Isso acontecia todo inverno”, afirmou Maciel em entrevista à mídia local Seles Nafes.
“Também quando eu comprei frango, cortei e guardei a pele, quando acabou a carne do frango, tiramos o óleo da pele, fizemos farofa e comemos. Satisfez nossa fome. Passamos dificuldades, mas estávamos unidos”, acrescentou.
Graças ao apoio dos pais, Maciel conseguiu estudar e, em 2013, ingressou na faculdade de direito com o apoio do Fundo de Financiamento Estudantil, programa do governo brasileiro que financia alunos do ensino superior com boa média.
O jovem compartilhou ao Epoch Times que, com muita perseverança, mesmo caminhando vários quilômetros por dia para se deslocar entre sua casa e a universidade, o jovem finalmente prestou o exame na Ordem dos Advogados do Brasil, alcançando assim, o sonho de infância.
“Passei vários anos caminhando para a universidade. Mas muitas vezes meus colegas me levaram. Com muita dificuldade consegui me formar, não desisti, porque pedir para sair era uma opção que não existia na minha cabeça”, afirmou Maciel.
Atualmente, Maciel exerce sua profissão em seu escritório, instalado em um espaço da casa onde cresceu com sua família. Além disso, ele está muito atento às necessidades de sua comunidade, por isso agora, com sua profissão, ele apoia famílias que não têm como pagar um advogado.
“Tem gente que às vezes precisa de uma atenção que o poder público não oferece, e eu, conhecendo a lei, às vezes faço ‘advocacia pro bono’, o que significa que a pessoa não paga nada. Muitas vezes as pessoas vêm na minha casa, que fica na ponte. Os próprios vizinhos às vezes me procuram em busca de orientação e apoio. E é com grande prazer que o faço”, declarou a Seles Nafes.
Maciel lembra com carinho de seu primeiro caso como advogado e o compartilhou ao Epoch Times. Com muita atenção, ele ouviu uma avó de 60 anos que tentava recuperar um terreno que havia sido invadido. Ele preparou o caso com todos os documentos e no final o ganhou, seu primeiro sucesso profissional!
“A criminalidade de onde moro não me impediu de seguir meu sonho. Se as pessoas possuem a vontade de vencer, elas vencem, com o apoio de Deus. Quero motivar as pessoas […], que estão nas mesmas condições que eu e que também sonham, não se desanimem, estudem e trabalhem, é o melhor caminho”, declarou a Seles Nafes.
“Sou a prova viva de que é possível ter sucesso morando em lugares ruins e com tantas adversidades. Isso pode motivar muitas pessoas”, refletiu o jovem, e compartilhou ao Epoch Times.
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