Por Celeste Armenta
Para David, cada dia 6 de janeiro tem um significado especial, além da tradicional espera pelos Reis Magos. Embora seu aniversário seja três dias antes, na realidade esse dia marca o início de sua vida, após ter sido encontrado fora da casa do que seriam seus pais adotivos.
David Decoud, engenheiro de som de sucesso e dono de estúdio de gravação em Lambaré, em Assunção, no Paraguai, cresceu ao lado de Edith e Julio Decoud, seus pais, e Horacio, seu irmão mais velho. Abrigado por uma família amorosa, nunca faltou nada a Decoud, principalmente afeto.
“Não encontrei nenhuma diferença com as famílias dos meus amigos, ou seja, para mim sempre fomos uma família normal”, relatou Decoud em entrevista ao Epoch Times.
No entanto, seus colegas de escola constantemente lhe diziam “que seus pais não eram seus pais … o que hoje chamam de bullying”, já que ele era pardo e seus pais eram brancos. Mas ele levou isso como uma brincadeira até que, aos 12 anos, decidiu perguntar à mãe se havia alguma verdade naquela afirmação.
Sua mãe, Edith, que encontrou seu filho no dia 6 de janeiro de 1977, fora de casa, não teve escolha a não ser dizer que sim.
“Ela respondeu que sim, era verdade, mas que me escolheu em um hospital e decidiu ser minha mãe, o que para mim foi fantástico porque me senti escolhido”, afirmou Decoud.
Demorou 12 anos para que a história viesse à tona novamente. Em uma festa de família, um tio “que bebeu demais” contou a ele sobre suas estrelas da sorte, devido a maneira que ele havia sido encontrado.
“Como assim encontrado? Se minha mãe me disse que ela me escolheu”, respondeu o jovem incrédulo. Naquele momento, Decoud soube como ele realmente entrou em sua família. Ele foi para sua mãe novamente, e a resposta foi um retumbante sim, seguido pela história completa.
Após encontrarem o bebê do lado de fora de casa, Edith, de 27 anos, e seu marido Julio, de 44 anos, o levaram ao médico da família, que determinou que ele havia nascido há 3 dias, Decoud publicou em suas redes sociais no dia 5 de janeiro.
Conhecer a história, como havia sido, não representou um problema para o jovem, pois em seu coração nunca sentiu que faltava algo e teve uma infância feliz.
Por outro lado, durante os primeiros 14 anos de vida ele teve problemas com os pulmões porque não se desenvolveram bem, e o tempo todo seus pais estavam cuidando dele, protegendo-o e dando-lhe todo o apoio que uma criança precisa.
“Então sempre tive a ideia de que as únicas pessoas que merecem minha dedicação, devoção, lealdade e amor são meus pais, que estiveram ao meu lado o tempo todo.”
O pai de Decoud faleceu há 4 anos, e ele dedicou grande parte de seu tempo aos seus cuidados, assim como faz agora com sua mãe.
“Sempre digo a ela o quanto a amo. Sou o que sou graças ao meu pai e à minha mãe, que foram meus anjos na terra. Eu desde criança, que sempre rezava muito a Deus, entendi que minha missão na terra era cuidar e proteger meus pais, assim como eles faziam comigo”, declarou Decoud em uma entrevista à mídia Extra.
Embora Decoud tenha três filhos que ama, sua própria história o levou a refletir sobre a questão da adoção. Ele recomenda que quem tiver a chance adote um pequeno.
“A adoção é uma oportunidade de vida, pelo menos para mim foi. Meus pais adotivos, que na verdade são meus únicos PAIS verdadeiros, me deram uma segunda chance, e vou agradecê-los por isso e retribuir na vida – como tenho feito”, compartilhou ele ao Epoch Times.
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