Assembleia Geral da ONU barra maior rede chinesa independente de notícia

21/09/2017 23:07 Atualizado: 27/09/2017 11:38

A maior rede de notícias chinesa que opera nos Estados Unidos — e a única empresa mundial de mídia que produz conteúdo em língua chinesa independente do regime chinês — está sendo impedida de cobrir a Assembleia Geral das Nações Unidas (UNGA) em Nova York.

O repórter da NTD Television Lixin Yang solicitou o credenciamento em 1º de setembro, aguardando retorno dentro de 48 horas, o prazo descrito no website da ONU, conforme noticiou a NTD.

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Mas, quando a Assembleia Geral teve início, em 12 de setembro, Yang ainda não havia obtido nenhuma resposta sobre sua inscrição. Ele continuou a fazer solicitações e, em 18 de setembro, véspera do evento mais importante da assembleia, o Debate Geral, Tal Mekel, chefe interino da U.N. Media Accreditation and Liaison Unit, disse-lhe que a ONU considerou a NTD uma “mídia de defesa” (de uma causa). Yang recebeu essa mesma mensagem mais tarde naquele dia num e-mail padrão.

“É ultrajante para a UNGA, uma organização que deveria defender a liberdade de expressão, negar à NTD Television, uma rara rede independente de televisão em língua chinesa, o acesso por sua assim chamada “defesa” ─ especialmente quando a mídia estatal chinesa goza de credenciamento completo”, disse John Tang, CEO da NTD, em uma nota pública.

“Nós certamente compreendemos que o governo chinês possa considerar “defesa” as reportagens da NTD. Mas esse é o mesmo regime que chama os defensores da democracia e os crentes religiosos de ‘criminosos’, enquanto impedem a mídia de reportar os abusos de direitos humanos e os calamidades de saúde pública”, disse Tang.

Lixin Yang, visto nesta captura de tela reportando da Casa Branca, em Washington D.C., foi impedido de cobrir a Assembleia Geral das Nações Unidas, possivelmente devido a interferências do regime chinês, segundo seu empregador, NTD Television (Captura de tela/NTD)
Lixin Yang, visto nesta captura de tela reportando da Casa Branca, em Washington D.C., foi impedido de cobrir a Assembleia Geral das Nações Unidas, possivelmente devido a interferências do regime chinês, segundo seu empregador, NTD Television (Captura de tela/NTD)

NTD Television é uma mídia de notícias e entretenimento internacional sediada em Nova York. Faz parte do Epoch Media Group juntamente com o jornal Epoch Times e outras organizações.

NTD está entre os dez principais veículos de comunicação digital do mundo, de acordo com a plataforma cruzada de tráfego web global.

É também a única mídia chinesa que opera em escala global independentemente do regime chinês, que investiu fortemente em proliferar as sucursais da mídia estatal chinesa como Xinhua, CCTV e China Daily em mercados estrangeiros ao redor do mundo.

De acordo com a NTD, Yang tem sido credenciado no Congresso dos Estados Unidos, Departamento de Estado americano, Casa Branca, União Europeia e Nações Unidas em Genebra, e acumula centenas de reportagens em seu currículo.

Yang também é membro do conselho do Press Club Brussels Europe, membro da International Press Association e membro do National Press Club, em Washington, DC.

“Dada a extensa experiência do sr. Yang, que cobre reuniões internacionais ao mais alto nível, a NTD não pode enxergar nenhuma razão para essa recusa a não ser a influência do governo chinês”, diz o comunicado da NTD.

A NTD cresceu ininterruptamente em popularidade desde o seu lançamento em 2001. De acordo com a comScore, a rede recebe seis vezes mais visitantes únicos em seu site que a agência de notícias estatal chinesa Xinhua e dez vezes mais que a emissora estatal chinesa CCTV (Televisão Central Chinesa).

A rede recebe seis vezes mais visitantes únicos em seu site que a agência de notícias estatal chinesa Xinhua e dez vezes mais que a emissora estatal chinesa CCTV

A rede de notícias baseada nos Estados Unidos enfrentou tentativas contínuas do regime chinês de afetar as operações da estação, incluindo boicotes publicitários, ataques cibernéticos e intimidação de contatos dentro da China, de acordo com o relatório de maio de 2017 da Comissão de Revisão Econômica e de Segurança dos EUA.

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