O fundador do Falun Gong, Sr. Li Hongzhi, publica “Como surgiu a humanidade”

Por Li Hongzhi
21/01/2023 13:50 Atualizado: 07/10/2024 22:47

O Sr. Li Hongzhi é o fundador da disciplina espiritual Falun Gong. A prática combina meditação e exercícios suaves com uma filosofia moral centrada nos princípios da verdade, compaixão e tolerância.

Depois que o Sr. Li apresentou a prática ao público na China no início dos anos 90, cerca de 100 milhões de pessoas começaram a praticar. Desde então, a prática se espalhou para mais de 100 países ao redor do mundo.

O Sr. Li foi quatro vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz e foi indicado pelo Parlamento Europeu para o Prêmio Sakharov de Liberdade de Pensamento. Ele também recebeu o Prêmio Internacional de Liberdade Religiosa da Freedom House.

Este artigo do Sr. Li, traduzido do chinês, foi publicado pelo Epoch Times por ocasião do Ano Novo Chinês.

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Como surgiu a humanidade

Eu gostaria de, primeiramente, deixar minhas saudações a todos pelo Ano Novo Chinês.

O Ano Novo normalmente seria uma época para compartilharmos algumas falas agradáveis sobre a ocasião. Mas estou vendo perigo iminente se aproximando da humanidade, e fui chamado por seres divinos para transmitir, por esse motivo, muitas coisas a todos nesse mundo. Cada coisa que estou prestes a revelar é um segredo elevado e cuidadosamente guardado, e são coisas que estão sendo compartilhadas para providenciar uma imagem verdadeira da situação, e para dar às pessoas outra chance de serem salvas.

A primeira é a questão de como a humanidade surgiu. O universo, do início de sua criação até os seus últimos dias, atravessou uma quantidade de tempo excepcionalmente grande, que consiste de quatro estágios: formação, estabilidade , degeneração e destruição. Quando o ponto final do estágio de destruição chega, a obliteração completa de tudo no grande corpo cósmico – que inclui o universo no qual existimos – acontece instantaneamente, e todas as coisas vivas são aniquiladas!

Quando uma pessoa morre, é só uma questão de o seu corpo físico definhar e entrar em colapso, enquanto a sua verdadeira alma (que é quem esta pessoa realmente é, e que não morre com o falecimento de seu corpo físico) irá continuar a existir na próxima vida, nascendo novamente. Então, assim como o universo passa pela formação, pela estabilidade, pela degeneração e pela destruição, os seres humanos também passam pelo nascimento, pelo envelhecimento, pela doença e pela morte. Essas são leis do universo, às quais até seres elevados estão sujeitos, é só que o tempo que isso leva é maior, com o processo sendo mais estendido em proporção com o quão grande determinado ser é. A vida e a morte não são dolorosas para eles, e eles permanecem conscientes ao longo desses processos – para eles, é como se estivessem trocando de roupa. Colocando de outra forma, normalmente as vidas não morrem realmente. Mas, quando o universo e o cosmos se desintegram no estágio final do processo de formação, estabilidade, degeneração e destruição, as vidas não renascerão, e não haverá mais existência de vida ou de matéria, com tudo tornando-se pó e somente o vazio permanecendo. Atualmente, o mundo humano está experimentando o último período da fase de destruição do ciclo de formação, estabilidade, degeneração e destruição. Tudo mudou para pior nestes tempos finais, como era o destino, e a destruição é, portanto, iminente. E é por esse motivo que o mundo é tão atormentado. Pensamentos bons são raros, as mentes das pessoas se tornaram distorcidas, promiscuidade e abuso de drogas estão por toda parte e as pessoas aderem ao ateísmo. Essas coisas são inevitáveis no último estágio do cosmos, e é um reflexo dos tempos em que chegamos.

O Criador valoriza como um tesouro todos os seres celestiais que existem, bem como todas as vidas boas e gentis e todas as gloriosas criações no cosmos.  Então no início do estágio de degeneração, Ele liderou diversos seres divinos ao plano mais externo do corpo cósmico (conhecido comumente como “aquele que está fora do Reino Divino”), um lugar onde não há seres divinos, e criou a Terra. Mas a Terra não possuía a capacidade de existir de forma independente; era necessário que houvesse uma estrutura cósmica correspondente com a qual ela pudesse formar um sistema circulatório envolvendo vida e matéria. Por essa razão, o Criador fez uma extensão maior fora da Terra, a qual seres elevados chamam de “Três Reinos”. Antes que o momento final da salvação chegasse, nenhum ser mais elevado, grande como pudesse ser, poderia ter permissão de entrar nessa extensão sem o aval do Criador. A extensão dos Três Reinos é composta de três reinos principais: o Reino do Desejo (yu), que abrange as vidas nesta Terra, incluindo a humanidade; um segundo reino, o Reino das Cores (se), que está acima; e um terceiro reino, ainda mais acima, conhecido como o Reino Sem Cores (wu se). Cada reino que se sucede é mais elevado e mais glorioso que o reino abaixo dele, mas nenhum pode se comparar com o Reino Divino, ou com os muitos reinos celestiais ainda mais elevados. O “paraíso” ao qual as pessoas normalmente se referem fica, na verdade, dentro dos Três Reinos.  Cada um dos Três Reinos possui 10 planos dentro de si, com um total de 33 planos ao todo, se os próprios Três Reinos forem contados. Os seres humanos vivem no Reino do Desejo, e esse é o mais baixo de todos os planos, com o pior ambiente. A vida é dolorosa e curta aqui, mas mais terrível ainda é o fato de que no mundo humano poucas das coisas que as pessoas têm como verdade são realmente válidas. O que os seres humanos têm como verdade é cabalmente visto da forma contrária no grande universo (mas as verdades elevadas que seres sagrados ensinaram ao homem são uma exceção). Por exemplo, o divino não considera correto que quem quer que saia vitorioso de batalhas se torne o governante, que o território seja dominado por força militar, ou que os poderosos sejam tomados como heróis – já que matar e tomar coisas à força dos outros são parte disso. O universo não é dessa forma, e nem é assim que seres mais elevados fazem as coisas. Ainda assim, no mundo humano isso é inevitável e aceito. Esses são os caminhos do mundo humano, mas eles são contrários aos caminhos do universo. Por isso, se uma pessoa deseja retornar aos céus ela precisa seguir leis verdadeiras e mais elevadas, e mudar a si própria. Algumas pessoas estão contentes quando se saem um pouco melhor na vida que outras. Mas essas pessoas só estão se comparando com outros seres humanos dentro deste reino humano, quando todos aqui estão na verdade vivendo em um lugar que é considerado a “lixeira” do universo. Os Três Reinos foram estabelecidos no perímetro mais externo do corpo cósmico, e tudo aqui é feito das mais baixas, rústicas e sujas das partículas – moléculas, átomos e assim por diante. Aos olhos de seres mais elevados é aqui que o lixo do universo é depositado. Eles, dessa forma, veem esse local de moléculas como poeira ou “barro”, e veem este como o mais baixo dos lugares. Essa é a origem da crença mantida em algumas religiões de que o homem foi feito pelo divino a partir do barro. O homem de fato foi formado de matéria deste plano molecular.

Quando os seres divinos criaram o homem, eles o fizeram por desígnio do Criador, e Ele os instruiu, a cada um, para que criassem os seres humanos à sua própria imagem em particular. Por esse motivo existem brancos, asiáticos, negros e outras raças. Enquanto suas aparências externas são diferentes, as almas dentro de cada um foram outorgadas pelo Criador. E é por isso que possuem valores comuns. O propósito do Criador ao direcionar os seres divinos para que criassem o homem era utilizar o homem nos tempos finais quando Ele ofereceria a todas as vidas do grande universo – incluindo os seres sagrados – salvação.

Mas por que o Criador organizaria que os seres divinos criassem os humanos em um local tão inferior e decaído? Foi porque, esse sendo o plano mais baixo do universo, ele é o mais árduo dos lugares, e só quando as coisas são desafiadoras e dolorosas é que uma pessoa pode se elevar através da prática espiritual e se livrar de seu carma. Quando uma pessoa, em meio a experiências dolorosas, ainda consegue manter pensamentos gentis, ter gratidão e ser uma pessoa boa, ela está crescendo no processo. A salvação é um processo de ascender de baixo para cima, e então é necessário que se comece a partir do fundo. A vida é desafiadora para quem quer que viva aqui. Há tensões entre as pessoas quando elas estão tentando se sair melhor, há o terrível estado do ambiente natural, e tem o fato de que só sobreviver aqui envolve muito pensamento e esforço, só para dar alguns exemplos. Todas essas circunstâncias oferecem às pessoas oportunidades de se desenvolverem e diminuírem o seu carma. É certo que passar por dificuldades pode ajudar as pessoas a pagar por seus pecados e seu carma. E quem quer que consiga se manter bondoso em meio às situações dolorosas e os conflitos interpessoais irá acumular mérito e virtude e, como resultado, irá conquistar a elevação de sua alma.

Com a chegada dos tempos modernos, o Criador teve a intenção de utilizar principalmente o corpo humano para salvar as muitas vidas do universo. Então as almas que originalmente estavam na maioria dos corpos humanos aqui foram substituídas pelas almas de seres mais elevados, que encarnaram neles. Com um corpo humano, eles poderiam reduzir seu carma e seus pecados ao suportar dificuldades. E nesse local desprovido da verdade poderiam, se atendo às verdades mais elevadas ensinadas por Deus e perseverando na bondade e na gentileza, conquistar a elevação de suas almas. Os tempos finais agora estão diante de nós, e o Portão Celestial que leva para fora dos Três Reinos foi aberto. O Criador tem selecionado para salvação aqueles que têm feito como descrevi.

Tudo no universo se tornou impuro durante as fases de formação, estabilidade e degeneração, e inferior a como era quando a criação se iniciou. E é por isso que as coisas estão rumando para a destruição. Em outras palavras, tudo no grande universo se tornou mau, as vidas da criação já não são tão boas como eram no início, não são mais puras, e todas acumularam carma e pecados. E isso resulta na destruição iminente. Esse tipo de pecado é o que já foi referenciado em contextos religiosos como o “pecado original”. Para que o universo pudesse ser salvo, o Criador orientou à multidão de seres mais elevados e soberanos divinos que descesse à Terra e assumisse forma humana nesse ambiente, onde sofreriam, se elevariam, pagariam por seus pecados e forjariam a si próprios em novos seres – ascendendo novamente aos céus como resultado.  (O Criador está reconstruindo o universo ao mesmo tempo em que salva a humanidade.) O novo universo é perfeitamente puro e simplesmente glorioso. Se, em um ambiente tentador como esse, alguém ainda pode manter seus pensamentos virtuosos; se pode manter-se firme ao enfrentar ofensivas de valores e pontos de vista modernos, e se ater aos [valores e pontos de vista] tradicionais, se ainda acredita no divino diante das ofensivas do ateísmo e do evolucionismo, então essa pessoa irá cumprir seu propósito: obter a salvação e retornar aos céus. Toda a loucura que agora se desdobra no mundo foi planejada como ocorre, para a etapa final, por seres divinos. Seu objetivo era testar as vidas aqui e ver se eram dignas de salvação, e dar-lhes uma chance de, no processo, pagar por seus pecados e por seu carma ao atravessar coisas difíceis. E tudo isso foi feito para que as pessoas pudessem ser salvas e receber livramento, voltando aos céus.

Tudo isso é para dizer que o propósito da vida das pessoas nessa terra não é conquistar algo no mundo. Todos os intensos esforços e tentativas que as pessoas fazem na vida, e sua obstinação para conseguirem o que querem, que podem incluir até mesmo meios inescrupulosos, só fazem das pessoas imorais no final. O motivo pelo qual as pessoas vieram a este mundo e se tornaram humanas foi para pagar por seus pecados e seu carma, e fazer progresso espiritual significativo. As pessoas vieram a este mundo para obter salvação. Elas vieram e assumiram uma forma humana para aguardar o Criador e a salvação que os retornaria a seus reinos celestiais. E enquanto aguardavam, acumularam mérito ao longo de suas muitas vidas passadas; e esse foi o propósito dos renascimentos das pessoas. A natureza atormentada desse mundo é feita para transformar essas vidas em algo grandioso. É claro, há algumas pessoas que, quando buscaram ajuda do divino em épocas difíceis, não ficaram satisfeitas com o que receberam, e começaram a detestar Deus – até se opondo a Ele como resultado. Algumas até foram para o lado demoníaco, sombrio, e cometeram ainda mais pecados e criaram ainda mais carma. Aqueles que estão nessa situação deveriam rapidamente mudar e implorar a Deus por perdão, se ainda for possível ter uma chance de alcançar a segurança. Tudo o que acontece na vida de alguém – quer pareça merecido ou não – é, na verdade, a consequência cármica do que essa pessoa fez em suas vidas passadas, para melhor ou pior. A quantidade de bênçãos e virtude que alguém acumula em suas vidas passadas determina que boa fortuna lhe aguarda nessa vida, ou talvez na próxima. Se alguém vive uma vida abençoada e virtuosa agora, talvez isso signifique, na sua próxima vida, um bom cargo com um bom salário, ou pode significar diferentes tipos de riqueza e boa fortuna. E isso também inclui se uma pessoa tem ou não uma família feliz, ou até como suas crianças serão, e assim por diante. Essa é a razão fundamental pela qual algumas pessoas são ricas e outras pobres, porque algumas possuem posições de alto escalão enquanto outras ficam despossuídas e desabrigadas. Não é de forma alguma como os absurdos diabólicos que o sinistro comunismo alardeia sobre igualdade entre ricos e pobres. O universo é justo. Aqueles que fazem o bem são abençoados por isso, enquanto aqueles que fazem coisas más enfrentarão retribuição – se não nessa vida, na próxima. Essa é uma lei imutável do universo! Os céus, a Terra, o divino, e também o Criador são todos compassivos a respeito de todas as vidas. Os céus e a Terra, assim como o homem, foram feitos pelo Criador, e jamais haverá situação onde Ele favorece algumas vidas por favoritismo ou prejudica outras. A razão de algumas pessoas levarem vidas felizes e outras não, em última instância, se resume às recompensas e retribuições pelos feitos passados.

Quando você vê pessoas ganhando ou perdendo na vida, isso parece acontecer da maneira como as coisas normalmente ocorrem neste mundo. Mas, em última análise, são as consequências cármicas das ações passadas dessas pessoas. Se as pessoas têm algo ou não, ou estão ganhando ou perdendo na vida, isso ocorrerá em conformidade com este mundo. Portanto, não importa se você é rico ou pobre na vida, você deve estar determinado em fazer o bem, abster-se de fazer coisas ruins, permanecer bom e gentil, ser espiritualizado e devoto, e ficar feliz em ajudar os outros. E, ao fazer isso, você acumulará bênçãos e virtude e colherá recompensas disso na próxima vida. No passado, a geração mais velha na China costumava falar sobre coisas como não lamentar da sua sorte na vida quando as coisas estão difíceis e sobre merecer uma próxima vida melhor ganhando virtude por meio de boas ações. E a questão nisso era que é inútil orar a Deus pedindo ajuda se você não fez coisas boas em sua vida anterior e não conquistou bênçãos. O universo tem suas leis, e mesmo seres superiores devem obedecê-las. Até eles serão punidos se fizerem coisas que não deveriam fazer. Portanto, as coisas não são tão simples quanto as pessoas pensam. As pessoas devem esperar que seres superiores lhes deem qualquer coisa que peçam? O pré-requisito é que a pessoa tenha acumulado as bênçãos e a virtude para isso em vidas passadas. E assim as coisas que você receberá serão por causa das suas próprias bênçãos e virtudes! Isso é o que ditam as leis do universo. Mas falando em um nível fundamental, conseguir o que você quer não é o objetivo final de acumular bênçãos e virtude. O verdadeiro propósito de acumulá-las é pavimentar o caminho de volta para os céus. E isso é o mais crucial, não a breve rodada de felicidade que elas podem lhe trazer nesta vida!

Mestre Li Hongzhi

29 de dezembro de 2022 no calendário lunar chinês

20 de janeiro de 2023


Nota do editor

O Falun Gong é praticado por mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, apesar da escala desse fenômeno cultural, ele tem sido amplamente subnotificado. O Epoch Times, como uma organização de mídia que valoriza a liberdade religiosa, tem a honra de ser um veículo autorizado a publicar este artigo do fundador do Falun Gong. Comentários são bem vindos. no entanto, esperamos que os comentários sejam civilizados e respeitosos. Como sempre, gostaríamos de ouvir seus pensamentos; para entrar em contato conosco, envie um e-mail para contato@epochtimes.com.br