A Espanha garantiu um resgate de 100 bilhões de euros (125 bilhões de dólares) da zona do euro no final da noite de sábado para ajudar seu endividado e assediado sistema bancário, horas depois que o país pediu ajuda financeira.
Numa declaração conjunta, o presidente José Manuel Barroso e o vice-presidente Oli Rehn da Comissão Europeia, que servem como comissários dos assuntos monetários da zona do euro de 17 nações, disseram que “acolheram hoje com boas-vindas a comunicação da Espanha de sua intenção de solicitar o apoio da zona do euro para reestruturar seu setor financeiro” e a resposta recíproca positiva da zona do euro em socorrê-la.
O resgate é destinado a restaurar a confiança dos investidores no setor bancário espanhol e evitar um aprofundamento da crise do euro. O sistema bancário da Espanha está tendo problemas em parte por causa de maus empréstimos imobiliários depois que o boom do mercado imobiliário desmoronou. “A comissão está pronta para prosseguir rapidamente com a avaliação necessária no terreno estreitamente” com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu e a Autoridade Bancária Europeia, diz a declaração. O FMI recomendou originalmente um empréstimo de 40 bilhões de euros (50 bilhões de dólares) para ressuscitar o sistema bancário espanhol na sequência das conversações sobre a crise em Bruxelas.
Oficiais do Eurogrupo disseram que foram informados de que a Espanha apresentaria um pedido formal, segundo um comunicado. A Espanha tem insistido que o resgate é um empréstimo e que pagaria os empréstimos de volta. O grupo observou que a Espanha fez “significativas” reformas em seus mercados de trabalho e implementou medidas para reforçar sua base de capital bancário, acrescentando que está “confiante” que a Espanha prosseguirá bem em seus compromissos por ainda mais reformas.
O primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy saudou o empréstimo como um passo positivo para a Espanha e a moeda do euro. O movimento da zona do euro salvou “a credibilidade do euro” e assegurou um bom futuro para a moeda, disse ele, segundo um comunicado de seu gabinete. Para a Espanha, isso permite mais recursos para “as famílias, empresários, pequenas e médias empresas, trabalhadores e profissionais liberais” para desenvolver seus negócios e criar empregos ao mesmo tempo, disse ele.
A ajuda vem num momento crucial para a zona do euro, apenas uma semana antes de novas eleições na Grécia, o que poderia obrigar o país a sair do grupo da moeda se os partidos que são contra os cortes de austeridade assumissem o governo. A Grécia foi obrigada a convocar novas eleições depois que vários de seus principais partidos disputaram sobre a formação de um governo unificado, com alguns dizendo que as medidas de austeridade já votadas devem ser respeitadas enquanto outros, particularmente o partido Syriza de extrema-esquerda, expressou críticas aos cortes. A Grécia aprovou cortes de austeridade para assegurar uma operação de salvamento de mais 170 bilhões de dólares do FMI e da zona do euro, além do seu empréstimo anterior de 44 bilhões de dólares.