Zinco: grande aliado nas carências, prejudicial em excesso

10/02/2015 08:00 Atualizado: 10/02/2015 01:37

Muito antes do zinco ser conhecido como uma cura para o resfriado, era um metal raro. O nome vem de uma antiga palavra alemã Zink, significando ‘pontiagudo’ ou ‘pontudo’. Foi mencionado pela primeira vez no Ocidente por Paracelsus, o renomado herbalista e alquimista suíço do século XVI, embora a Índia tenha desenvolvido técnicas de fundição de zinco algumas centenas de anos antes.

O zinco é um metal quebradiço, mas que não enferruja. Por isso é usado para proteger outros metais, como o ferro, da corrosão. Hoje, o zinco tem inúmeras aplicações na indústria – das baterias à fabricação de borracha – e, como resultado disso, há muito mais zinco encontrado na água e no meio ambiente. Em 1983, o zinco substituiu o cobre como o principal metal componente das moedas de um centavo dos EUA.

A importância do zinco na saúde humana foi descoberta cerca de 50 anos atrás, a partir de sinais de deficiência de zinco em pessoas em países em desenvolvimento. Onde havia sintomas de déficit de crescimento, diarreia aguda e disfunção imunológica, os pesquisadores descobriram níveis baixos de zinco no solo e uma população com uma pobre absorção de zinco, devido a altas concentrações de ácido fítico de uma dieta baseada em cereais.

Em nossos corpos, o zinco tem uma relação importante com o cádmio, um metal pesado extremamente tóxico, que é encontrado naturalmente na natureza. O cádmio também é usado na produção de óleos hidrogenados, cigarros, café instantâneo e cola. Se o nível de zinco está muito baixo, uma pessoa se torna vulnerável a exposição ao cádmio. Níveis adequados de zinco impedem a absorção de cádmio.

Leia também:
Sementes de abóbora: preciosas para a saúde
Como evitar e eliminar metais tóxicos do corpo – Parte 2
Kit de imunoestimulantes e antibióticos naturais

Diversos órgãos e processos corporais requerem zinco para funcionar corretamente. O zinco contribui para a cicatrização de feridas, fertilidade, crescimento celular, saúde óssea e é essencial para o olfato, paladar e apetite.

Ostras, arenque e carne vermelha são alimentos com as maiores concentrações de zinco, mas também é encontrado em sementes de abóbora, lentilhas e espinafre. Se você está procurando aumentar a sua ingestão de zinco através da dieta, mastigue bem os alimentos. Os suplementos de zinco tomam muitas vezes a forma de um losango por causa da forma como ele é absorvido na boca.

Deficiência e Excesso

A deficiência de zinco ainda é um problema grave nos países em desenvolvimento. De acordo com a organização sem fins lucrativos International Zinc Association, a deficiência de zinco é o quinto principal fator de risco de doenças.

Nos países desenvolvidos a deficiência de zinco é rara, mas a suplementação é algo popular. O zinco vem em pastilhas, xaropes, sprays nasais e muito mais.

Quando for comprar suplementos de zinco, considere um quelante – um ácido orgânico necessário para as células e tecidos absorverem minerais. Um estudo comparativo realizado em 1987, identificou o picolinato de zinco como sendo a forma com maior índices de absorção. Citrato de zinco é muitas vezes usado em pastas de dente e enxaguantes bucais a fim de prevenir a placa bacteriana.

Desde os anos 1980, os suplementos de zinco têm mantido uma reputação de encurtar a duração de resfriados e gripes. Íons de zinco têm demonstrado propriedades antivirais. Um estudo publicado no JAMA (Journal of the American Medical Association), em abril 2014, afirma que os suplementos de zinco podem encurtar em aproximadamente um dia a duração da doença. Estudos anteriores sugerem que a suplementação de zinco durante as fases iniciais de uma infecção podem também reduzir a sua duração e severidade.

Os suplementos de zinco também são promovidos para aumentar o ímpeto sexual masculino, ou até mesmo o desempenho de atletas. No entanto, o excesso pode causar problemas, e para alguns, uma overdose é algo muito fácil de ocorrer. Em 2009, o órgão governamental americano FDA (Food and Drug Administration) alertou os consumidores sobre o Zicam, um spray nasal com zinco, usado como remédio contra a gripe. Foram registrados 130 casos de pessoas que relataram redução do sentido do olfato após utilizar o spray.

O excesso de zinco pode acarretar outros sintomas, como um sabor metálico na boca, dores de cabeça, vómitos e diarreia. Níveis elevados de zinco podem também reduzir a eficácia de antibióticos e de outros medicamentos.

Então, quanto é demais? Alguns especialistas em saúde acreditam que uma dieta equilibrada fornece níveis adequados e que suplementação geralmente não é necessária, mas as necessidades individuais e as taxas de absorção podem variar. A International Zinc Association diz que crianças, mulheres grávidas e lactantes, atletas, vegetarianos e os idosos, muitas vezes, requerem mais zinco. Os Institutos Nacionais de Saúde [É uma agência de pesquisas médicas dos EUA] aconselham não mais do que 40 mg por dia.

 

Conan Milner, Epoch Times

 

*Imagem de Shutterstok “Collage of products containing zinc