Zhangsun, uma imperatriz tolerante e sábia

19/03/2013 16:57 Atualizado: 01/06/2013 14:51
Zhangsun, uma imperatriz tolerante e sábia (Catherine Chang/The Epoch Times)

O estereótipo das imperatrizes e concubinas imperiais na antiga China sempre foi território de lutas acirradas, algumas vezes brutais, pelo favor do imperador e por prestígio, influência e poder na corte. Contrariamente a isto, a Imperatriz Zhangsun (601-636 d.C.), esposa do Imperador Taizong da Dinastia Tang, distinguiu-se por desempenhar um papel independente admirável no governo do imperador.

Apesar de ser reconhecida como uma observadora perspicaz, Zhangsun evitava interferir nos assuntos nacionais como imperatriz. Quando questionada, ela apenas oferecia uma opinião independente e análise aprofundada. “Um sábio imperador deve estar pronto para crises enquanto vive em paz, encontrar pessoas talentosas e honestas e abraçar conselhos ou até mesmo protestos.” Tais eram seus conselhos ao imperador e, em toda sua vida, ela aderiu a seu dever de lembrar o imperador a tomar decisões com racionalidade e não emocionalmente.

Um dia, Taizong retornou ao palácio com um semblante irritado. A Imperatriz Zhangsun pediu a todas suas consortes e funcionários da corte que se retirassem e serviu Taizong em pessoa pacientemente. Quando a fronte de Taizong desanuviou, ela delicadamente inquiriu a causa. Taizong respondeu, “Meu cavalo favorito morreu de repente, sem qualquer sinal de doença. Deve ser por desleixo do cavalariço e eu quero vê-lo executado.” Ouvindo isso, Zhangsun disse, “Sua Majestade, por favor, não fique furioso. Disseram-me uma vez que havia um rei que também queria matar o cavalariço pela morte de um cavalo. Seu primeiro-ministro listou os crimes do cavalariço da seguinte forma: o cavalariço merece ser executado por não manter o cavalo vivo para sempre; uma segunda execução por tornar as pessoas conscientes de que o rei valoriza a vida de um cavalo mais que a de um ser humano; e uma terceira execução por fazer os governantes dos Estados vizinhos perderem o respeito pelo rei pela mesma razão. Assim, o rei percebeu seu erro e decidiu libertar o cavalariço. Sua Majestade já leu todos os livros de história várias vezes e está familiarizado com esta história. Como pode tê-la esquecido hoje?” O Imperador Taizong respondeu, “Se não fosse você eu teria cometido um grave erro e me arrependido.”

Quando a saúde da imperatriz se deteriorou gravemente, os príncipes sugeriram ao imperador que declarasse anistia e doasse mais dinheiro aos templos na esperança de que bênçãos divinas recaíssem sobre ela. No entanto, Zhangsun opôs-se firmemente à ideia, “A anistia é um importante ato nacional e fazer isso apenas por mim prejudicaria o sistema judicial. Acreditamos que a vida e a morte são determinadas pelo destino, enquanto a riqueza e a glória são decretadas pelo céu. Tenho evitado cometer maldades toda minha vida, então, deixe as coisas como estão”, disse ela.

Em seu leito de morte, ela deixou suas últimas palavras ao Imperador Taizong, “Alguns membros da família Zhangsun não se mostraram dignos o suficiente, mas desfrutam de privilégios simplesmente por causa de nosso casamento. Para preservar a reputação de minha família, eu sinceramente suplico-lhe que não lhes dê posições de poder. Como sua esposa, não contribui para os assuntos nacionais, então, por favor, não desperdice o tesouro imperial no meu túmulo. Enterre-me sob uma colina, use apenas tijolo ou madeira em meu túmulo e sem tesouros no interior, por favor. Uma tumba simples e modesta é meu desejo final.”

Apesar de sua curta vida de 36 anos, a Imperatriz Zhangsun ganhou grande admiração do imperador e de seu povo por sua tolerância e sabedoria. Ela é considerada uma imperatriz exemplar e humana na história chinesa.

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