Conexões do indicado próximo líder comunista chinês podem ser causa de preocupação
WASHINGTON – O próximo líder do Partido Comunista Chinês (PCC) pode ter de abaixar a cabeça para alguns generais para consolidar seu poder entre os militares, segundo um analista sobre a China.
Willy Lam, que tem escrito sobre a elite política do PCC por décadas, caracterizou a possibilidade com “uma preocupação” numa conferência sobre questões de segurança e defesa da China em 16 de fevereiro.
Xi Jinping, que completou uma viagem de quatro dias nos Estados Unidos, seria o indicado para assumir o comando do regime em novembro deste ano. Mas, segundo Lam, a maior base de poder de Xi Jinping não é no PCC ou no governo, mas sim no Exército da Liberação Popular (ELP).
Os novos integrantes do Comitê Permanente de Politburo, o principal e mais poderoso órgão do Partido Comunista, precisam consolidar sua posição rapidamente, segundo Lam. “Há um vasto número de generais-príncipes”, disse Lam, referindo aos generais descendentes dos primeiros revolucionários comunistas. “Xi Jinping precisa do apoio desses generais no ELP”, disse ele, acrescentando, “Há real possibilidade de ele consolidar seu poder na liderança e Xi Jinping terá de acolher o ponto de vista irresponsável de generais linha-dura do ELP.”
As observações de Lam foram feitas no Fórum de Defesa e Segurança sobre a China de 2012 da Fundação Jamestown, realizado no Instituto Carnegie para a Paz Internacional em Washington DC.
Apesar do fato de que muitos dos pronunciamentos feitos por generais chineses e personalidades militares ao longo dos últimos cinco anos ou mais possam ter sido calculados para “reforçar o orçamento”, é possível que “essas declarações radicais representem um retorno à política externa e de segurança linha-dura da China”, disse Lam.
As observações agressivas feitas por proeminentes generais, almirantes e outros a que Lam se referiu, começaram no meio do mandato do atual líder chinês Hu Jintao, disse Lam.
Os generais começaram a fazer declarações agressivas sobre potenciais cenários de guerra e retrataram os Estados Unidos como um possível inimigo da China. “Nos últimos quatro anos, temos visto um aumento preocupante em termos da frequência e severidade das mensagens de generais”, disse Lam.
“Muitos de meus amigos em Pequim, que são acadêmicos liberais, ficaram muito perturbados com isso”, acrescentou ele. Em particular, disse Lam, “nos últimos meses temos visto uma exacerbação e agravamento irresponsável nas declarações feitas por esses generais que sugerem guerra”.
Em 4 de dezembro, por exemplo, o almirante e comentarista militar chinês Zhang Zhaozhong disse à rede de TV estatal iraniana que “a China não hesitará em proteger Irã mesmo com uma terceira guerra mundial”.
“Essas observações são totalmente conhecidas e permitidas”, disse Lam. “Não há contra-argumento de acadêmicos seniores, conselheiros civis ignoram estas declarações e agora há um receio […] de que muitos desses generais que fazem declarações de guerra estejam de alguma forma ligados ao círculo mais próximo de Xi Jinping e ao grupo político de generais-príncipes.”
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