Vizinhos protegem praticante do Falun Gong da perseguição

06/07/2012 11:00 Atualizado: 06/07/2012 11:00

Uma carta de apelo por um praticante do Falun Gong detidos ilegalmente pelas autoridades, assinada e com as digitais por mais de 70 moradores da comunidade de Wenxingjiayuan, do distrito de Kaping, cidade de Tangshan, província de Hebei. (Minghui.org)Mais de 100 vizinhos se levantaram em defesa de um praticante do Falun Gong que foi preso em sua casa na cidade de Tangshan, província de Hebei, segundo um artigo do Minghui.org, um website de notícias do Falun Gong que publica em primeira mão relatos de praticantes na China.

Na manhã de 9 de junho, mais de 10 oficiais do departamento de polícia do distrito de Kaiping entraram na casa de Li Zhen, de 58 anos, e sua esposa Wang Xiulan. A polícia prendeu Li e então começou a revistar a casa sem qualquer mandado de busca, relatou o Minghui.

A esposa de Li chamou de uma janela aberta por ajuda, gritando, “Venham depressa, venham ver! Bandidos estão no segundo portão, casa 202. Por favor, venham nos salvar.” Mais de 100 moradores chegaram em defesa do Sr. Li. A polícia o levou para fora vestido apenas de cueca. Os vizinhos formaram uma parede humana para evitar que a polícia levasse Li e questionaram em voz alta por que queriam prender uma pessoa tão boa.

Moradores disseram aos oficiais que Li, que vive na comunidade de Wenxingjiayuan há décadas, ajudou muitas vezes os necessitados. Eles relataram um incidente no verão de 2010, quando alguém caiu no rio e espectadores assistiam sem fazer nada, até que Li veio e imediatamente pulou na água e puxou a vítima para a margem.

O impasse entre os moradores e a polícia durou quase duas horas, segundo o Minghui. Depois que a polícia finalmente conseguiu levar Li, os moradores redigiram uma carta conjunta de apelo. Mais de 70 pessoas assinaram seus nomes e carimbaram suas impressões digitais na carta no mesmo local.

Um vizinho disse, “O Sr. Li é uma pessoa muito boa. Ele sempre ajuda quem quer que precise de ajuda. Ele está em apuros. Não devemos apenas pensar em nós mesmos. Julgamos que ele é uma boa pessoa.” Outro vizinho disse: “Eu ouso dizer isso a quem que que me entreviste”, segundo o Minghui.

De acordo com Minghui.org, o Falun Gong é uma prática de autoaprimoramento espiritual focada nos valores da verdade, compaixão e tolerância. A prática tem sido reprimida pelo regime chinês desde 1999, com praticantes sujeitos a assédio, detenções arbitrárias e tortura. Milhares foram mortos sob custódia e milhões detidos, segundo o Faluninfo.net, a assessoria de imprensa oficial do Falun Gong.

Li e Wang foram perseguidos pelas autoridades locais por mais de uma década, segundo o Minghui.

Em 2001, Li foi preso por entregar duas cartas que explicavam sobre a prática do Falun Gong e sua perseguição à Ouvidoria da cidade de Kaiping. Como resultado, as autoridades o prenderam no Centro de Detenção No. 1 de Tangshan por nove meses. Lá, ele foi torturado, inclusive sendo obrigado a ficar por longos períodos sem dormir, e molhado com água fria durante o inverno. Li também foi detido no Centro de Lavagem Cerebral de Kaiping, onde os guardas o atormentavam na tentativa de forçá-lo a assinar uma declaração de renúncia ao Falun Gong.

Em abril de 2002, Li e Wang foram presos e detidos no Departamento de Polícia do distrito de Kaiping, onde ambos foram severamente espancados, o que deixou Wang inconsciência por dois dias.

Em outubro de 2004, oficiais da Delegacia de Polícia prenderam Li e duas visitas depois de entrarem ilegalmente na casa de Li. Li foi levado para o Campo de Trabalho Forçado de Hehuakeng por um ano e depois transferido para o Campo de Trabalho Forçado de Handan. Ele foi torturado regularmente em ambas as instalações e, inclusive, eletrocutado com bastões elétricos e espancado com tacos de borracha.