RIO DE JANEIRO – Na terça-feira, o Brasil parou para assistir a estreia da seleção nacional na Copa do Mundo. O governo federal promulgou serviço opcional, escolas suspenderam as aulas, e os bancos fecharam mais cedo.
A nação, milhares de fãs se reuniram nas ruas vestindo amarelo e verde, soando buzinas e assistindo ao jogo nos telões que fazem uma grande festa nacional. Mas as expectativas dos brasileiros foram abaladas quando o primeiro tempo terminou em 0-0, após um fraco desempenho da equipe brasileira.
“O Brasil ganhou, mas não estou convencido. A supremacia em campo foi clara, todos viram que o Brasil dominou o jogo, mas não era o que se poderia esperar do futebol brasileiro”, disse o radialista Cristiano Ottoni de Menezes, de 61 nos, do Rio de Janeiro.
Como o Brasil era o grande favorito, os norte-coreanos investiram pesadamente na defesa. O Brasil lutava para prosseguir, faltava velocidade na movimentação de seus jogadores com a Coreia do Norte bloqueando o jogo.
Apesar de Robinho ter se destacado com dribles talentosos e algumas boas tentativas de gol, Kaká, que era esperado fazer a diferença, não foi tão brilhante.
“Kaká estava muito longe de ser o melhor jogador do mundo, [que] ele foi em 2007”, disse Menezes.
O técnico Dunga, sabendo da pressão que o aguarda se sua seleção não tiver um bom desempenho, foi pego mordendo a língua, e às vezes seus dedos. Ele estava nervoso? Provavelmente. É o que parecia nas mentes de milhões de torcedores brasileiros que não podiam fazer nada, senão orar por um time melhor no segundo tempo.
A equipe coreana manteve a estratégia defensiva que utilizou no primeiro tempo. Mas as instruções de Dunga durante o intervalo eventualmente funcionaram. A equipe começou a se mover melhor, criando grandes oportunidades nas laterais.
Aos 10 minutos do segundo tempo, Felipe Melo passou a bola para o zagueiro Maicon, o Homem do Jogo, que, sabendo que o goleiro Ri Myong-Guk havia deixado muito espaço na trave próxima, surpreendeu ao chutar de um ângulo estreito e direto para o gol.
A multidão comemorou e Dunga deu um suspiro de alívio.
Os norte-coreanos permaneceram na defensiva, com jogadas de contra-ataque com sucesso limitado. A equipe brasileira mostrou sua superioridade no jogo, mas os fãs pensavam que 1-0 era insuficiente para um adversário modesto como a Coreia do Norte.
Aos 72 minutos, Robinho enfiou um passe lindo desarmando os defensores coreanos e deixando Elano guiar a bola para casa, com elegância, para o segundo gol brasileiro.
A seleção brasileira pareceu relaxar com a vantagem de dois gols, vendo pouca ou nenhuma ameaça do adversário. Mas aos 89 minutos, veio um bom ataque norte-coreano.
Jong Tae Se cabeceou e Ji Yun Nam recebeu, rompendo a defesa brasileira, e disparando de passagem por Júlio Cesar, a contagem chegava a 2-1.
O Brasil ganhou, mas com uma sensação de não ter feito o suficiente. Um melhor saldo de gols, que é particularmente importante nesta primeira fase da competição, pode fazer muita falta.
“Nós não tivemos uma das principais características do futebol brasileiro. Nós não tivemos criatividade, a ligação entre a defesa e o ataque deixou muito a desejar”, disse Menezes.
O resultado faz a Seleção saltar para a liderança do Grupo G, à frente da Costa do Marfim e de Portugal, que empataram em 0-0.
Os jogadores brasileiros agora se preparam para seu segundo jogo do Grupo G, no domingo, contra a Costa do Marfim. Na segunda-feira, a Coreia do Norte tentará evitar sua segunda derrota na Copa do Mundo contra Portugal.
Com reportagem adicional de Menezes Bruno.