Deve chegar às mãos da presidente Dilma Rousseff, nos próximos dias, abaixo-assinado solicitando a demissão do comandante do Exército, general Enzo Peri. Endossado por entidades de defesa dos direitos humanos, ex-presos políticos e familiares de mortos e desaparecidos nos anos da ditadura, o documento afirma que o general afronta “os poderes da República, aos quais deve obediência”. Entre as entidades que já assinaram o pedido aparecem a Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, o Grupo Tortura Nunca Mais Rio de Janeiro e o Movimento Nacional de Direitos Humanos.
O abaixo-assinado foi motivado por um ofício que o general enviou aos quartéis, proibindo a colaboração com investigações sobre violências que teriam sido praticadas em dependências militares nos anos da ditadura. O ofício foi datado no dia 25 de fevereiro, mas só se tornou público dez dias atrás. A primeira reação contra a decisão do comandante militar partiu do Ministério Público Federal. Segundo um de seus representantes, a instituição vai pedir à Procuradoria Geral da República que ingresse na Justiça com uma representação contra o comandante, por entender que a medida é ilegal. No ofício enviado às unidades do Exército, o general informou que a restrição se impõe a pedidos feitos pelo “Poder Executivo, Ministério Público, Defensoria Pública e missivistas que tenham relação ao período de 1964 e 1985”.