Vitamina D estimula o funcionamento corporal dos idosos

01/05/2012 00:00 Atualizado: 01/05/2012 00:00

APARELHOS DE EXERCÍCIO DO PÚBLICO: Aposentados se exercitam na Área de Recreação para Idosos no Parque Hyde, Londres, 19 de maio de 2010. A Área, que custou 82 mil dólares, conta com seis aparelhos: um cross-trainer, um banco de sentar-levantar, um flexor corporal, uma esteira para correr, uma roda flexora e uma bicicleta ergométrica. (Oli Scarff/Getty Images)

A vitamina D parece desempenhar uma ampla variedade de papéis na saúde e na doença.

Em 2007, eu escrevi sobre um estudo publicado em junho do mesmo ano no Jornal de Endocrinologia Clínica e Metabolismo, que foi descoberto que níveis mais altos de vitamina D foram associados a um melhor funcionamento físico em idosos.

 Isto não é muito surpreendente quando se consideram as evidências de que a vitamina D tem a capacidade de preservar o músculo e melhorar o equilíbrio e o tempo de reação.

O papel que a vitamina D desempenha pode ter particular relevância para os idosos. À medida que envelhecemos, podemos estar em maior risco de fragilidade e quedas. É possível que a manutenção de níveis mais altos de vitamina D ajude a preservar o funcionamento e evitar quedas mais tarde na vida.

O estudo de 2007 tem validade, mas estamos limitados no que podemos aprender com ele devido a ser de natureza epidemiológica. Por isso, tudo o que ele pode nos dizer é que a vitamina D está associada com um melhor funcionamento.

Não podemos dizer se há uma relação causal neste estudo. Mesmo que haja, talvez a vitamina D não melhore o funcionamento, mas o contrário (um melhor funcionamento pode levar ao aumento da exposição à luz solar e a maiores níveis de vitamina D).

Portanto, eu estava interessado em ler um estudo publicado online em 10 de maio na Reumatologia Internacional, no qual a terapia com vitamina D foi testada num grupo de indivíduos idosos (com idade média de 70 anos). Os participantes do estudo foram divididos em quatro grupos:

Grupo 1 recebeu 300 mil UI de vitamina D injetada no músculo.
Grupo 2 recebeu uma injeção de placebo no músculo.
Grupo 3 recebeu 300 mil UI de vitamina D como um suplemento oral.
Grupo 4 recebeu um placebo oral.

O grupo passou por uma série de avaliações no início do estudo e um mês depois.

Aqui estão as mudanças observadas após um mês em cada um dos quatro grupos:

Grupo 1: Redução da dor, melhora da mobilidade funcional, da qualidade de vida, da saúde geral, da saúde mental, e do funcionamento social.
Grupo 2: Redução da dor e melhora do funcionamento físico.
Grupo 3: Redução da dor e melhora do funcionamento físico.
Grupo 4: Redução da dor.

No geral, em comparação com o placebo, apenas uma grande dose de vitamina D teve benefícios significativos para essa população, particularmente quando administrada diretamente no músculo.

Temos aqui algumas evidências de que a vitamina D pode aumentar diretamente o funcionamento em idosos. Isso me faz pensar que muitos idosos podem facilmente ficar presos num ciclo de funcionamento debilitado, movimento restrito, exposição reduzida à luz solar, e então níveis baixos de vitamina D, levando a um funcionamento débil.

Indivíduos institucionalizados em lares e instalações de moradia assistida podem estar em risco particular, como qualquer indivíduo que seja paciente de longa permanência num hospital.

É impossível saber que tipos de doença e debilidade são provocados por baixos níveis de vitamina D, embora eu suspeite que sejam consideráveis.

No lado positivo, é um problema facilmente testado e tratável. Uma crescente conscientização sobre esta questão poderá levar mais indivíduos a adquirirem a gestão necessária na vida para viverem bem, ou melhor.

O Dr. John Briffa é um médico de Londres e escreve sobre saúde, com interesse em nutrição e medicina natural. Seu website é Drbriffa.com