Violência política atinge filho de oficial chinês anticorrupção

08/08/2012 11:00 Atualizado: 08/08/2012 11:00

Autoridades chinesas durante o 17º Congresso Nacional do PCC no Grande Salão do Povo, em 21 de outubro de 2007, em Pequim. (Andrew Wong/Getty Images)Filho do líder chinês Hu Jintao também foi alvo

O filho do ex-chefe do departamento anticorrupção do Partido Comunista Chinês (PCC) foi assassinado em janeiro de 2007, segundo um informe diplomático norte-americano divulgado pelo WikiLeaks em 1º de setembro de 2011. O informe, preparado pelo cônsul-geral norte-americano em Shanghai, Kenneth Jarrett, não foi amplamente divulgado na época.

Wu Zuhua, filho de Wu Guanzheng, o ex-chefe do Comitê Central de Inspeção Disciplinar, foi assassinado enquanto “numa viagem de negócios à cidade de Qingdao, na província Shandong, para assinar um contrato para a empresa estatal na qual trabalhava”, segundo o informe. Wu Zuhua era CEO de um negócio imobiliário chamado Tianyi, segundo a mídia chinesa no estrangeiro Boxun. Registros de a Tianyi ter sido comprada 11 meses após a morte de Wu Zuhua foram encontrados no e696.com, um website de informação financeira certificado pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China.

O informe também disse que o filho do líder chinês Hu Jintao fez arranjos especiais de segurança depois de ter sido alvo de assassinato em 2006. O documento citou informações fornecidas por Gu Su, um professor de filosofia e direito na Universidade de Nanjing, e depois explicou que Gu Su tinha um parente que trabalha na Secretaria de Segurança Pública de Pequim.

Gu Su também foi a fonte da notícia do assassinato de Wu Zuhua.

O Comitê Central de Inspeção Disciplinar deveria farejar oficiais corruptos dentro do Partido Comunista, mas mexer com as pessoas erradas pode ser fatal. O assassinato do filho de Wu Zuhua foi uma mensagem de aviso de seus inimigos políticos, que ficaram enfurecidos com suas “investigações sobre a corrupção de Chen Liangyu, o secretário do PCC em Shanghai, e sobre as atividades corruptas de altos líderes de Pequim não nomeados”, disse o informe, citando Gu Su.

Chen Liangyu foi condenado a 18 anos em 2009, mas um ano depois, foi liberado para se aposentar na cidade costeira de Hangzhou.

De acordo com o informe do cônsul geral, Wu Guanzheng ficou devastado pela morte do filho, pois Wu Zuhua era visto como o futuro representante da família na política. Em 2009, Wu Hanhua, outro filho de Wu Guanzheng, foi promovido como secretário do governador da província de Hebei. Desde então, ele assumiu o nome de Jiang Bo, segundo relatos da mídia chinesa.

O informe referia-se a outros incidentes da violência política em Shandong e mencionou que alguns dos altos líderes do Partido Comunista, incluindo o chefe da propaganda Li Changchun, têm laços estreitos com grupos criminosos organizados.