Mais de quinhentos se reuniram para uma vigília de velas em Washington DC, Estado Unidos, na noite de 17 de julho, em memória silenciosa e pacífica às dezenas de milhões de praticantes do Falun Gong perseguidos na China por serem fieis a suas crenças. Alguns dos participantes da vigília inclusive foram vítimas diretas da perseguição.
Lin Qian e seu marido Rao Zhuoyuan eram funcionários médicos na província de Guangdong, no Sul da China, quando começaram a praticar o Falun Gong em 1994. Em 2002, sua filha Deru tinha quatro anos quando Rao foi assassinado por agentes do Partido Comunista Chinês (PCC) por se recusar a denunciar a prática do Falun Gong.
Após agentes do PCC tentarem prendê-las várias vezes, Qian conseguiu fugir para a Tailândia com Deru em 2005. Elas chegaram aos Estados Unidos dois anos mais tarde. Qian tem participado da vigília de velas em Washington DC todos os anos desde que chegou aos EUA com a filha.
“As pessoas não sabem o que está acontecendo na China, o PCC mata as pessoas por dinheiro”, disse ela, referindo-se à extração forçada de órgãos que executa prisioneiros de consciência, principalmente praticantes do Falun Gong, para abastecer a indústria de transplante da China.
Este 20 de julho marca o 15º ano desde o início da perseguição. Em 1999, o então líder chinês Jiang Zemin lançou sua campanha para erradicar a prática do Falun Gong na China. Desde então, praticantes têm sofrido detenção arbitrária, tortura e lavagem cerebral.
Cin Peng, que escapou da perseguição indo para os Estados Unidos em 2011, disse que não foram apenas os 100 milhões de pessoas que praticavam o Falun Gong que sofreram, mas seus familiares também. “Eu quero que esta perseguição acabe e que o regime comunista chinês também chegue ao fim”, disse Cin.
Ela disse ter conhecido praticantes pessoalmente do Falun Gong que foram mortos por suas crenças. A própria Cin foi presa e torturada por cinco anos na China num centro de lavagem cerebral e em outras instalações operadas pelo PCC. Ela recordou, por exemplo, ter sido amarrada numa cadeira de metal por 17 dias e noites sem poder se mexer.
Praticantes do Falun Gong de diversas partes dos Estados Unidos e do mundo participaram na vigília de velas. Frieda Kata, que mora em Nova Jersey mas é originária do Uzbequistão, tem participado do evento anual em Washington desde 2001. A vigília de velas é uma oportunidade valiosa de informar “as pessoas que vivem aqui e aos turistas sobre esta perseguição brutal que ocorre na China”, disse ela. “O mundo tem de saber e isso tem de parar”, concluiu ela.