Como internautas chineses levantaram suspeitas sobre o número de mortos notificados oficialmente num incêndio num shopping de Tianjin que ocorreu no final de junho, a mídia estatal chinesa mostrou imagens do vídeo de vigilância do acontecido quando a eletricidade do prédio desligou.
As filmagens de vigilância de 20 segundos de pessoas entrando e saindo pela porta com muita calma foram exibidas em 10 de julho como parte de uma reportagem muito curta. Em menos de 60 segundos, a reportagem disse que o fogo resultou de um curto-circuito nos cabos de alimentação do ar-condicionado, que se incendiaram nas proximidades de materiais combustíveis, resultando no incêndio.
No entanto, muitos suspeitam que o vídeo seja uma farsa e que foi ao ar para dispersar os relatos de que os guardas de segurança trancaram as portas para impedir o saque de clientes. Um residente local acredita que, com a propagação do fogo, a eletricidade no edifício foi desativada, fazendo os clientes ficarem presos atrás das portas automáticas.
Um funcionário do governo de Tianjin, o Sr. Liu, notou que estava faltando o registro de tempo no vídeo e que os andares entre o primeiro e o quinto não foram mostrados como a reportagem afirmou. “O governo tem a intenção de nos enganar e esconder [a verdade] até o fim. É muito fácil para eles fazer um vídeo falso”, disse ele.
O fogo começou no Prédio Comercial Ryder no condado de Jixian, na cidade de Tianjin, em 30 de junho, mas o acesso à área e as informações sobre o incidente foram rigidamente controlados.
De acordo com informações postadas em blogues, oficiais da segurança pública foram destacados para monitorar a área do prédio e todo o caminho até o crematório. Policiais à paisana monitoraram estritamente e expulsaram os familiares das vítimas e outros visitantes da cidade.