Um vídeo criado pela canadense Ta’Kaiya Blaney de 10 anos já recebeu quase 100 mil acessos no site de vídeos You Tube. Ela protesta contra a construção de uma tubulação que liga os poços de areia betuminosa do Athabasca à floresta tropical Great Bear, proposto pela empresa Enbridge. O vídeo foi postado no início de fevereiro.
No vídeo, Ta’Kaiya Blaney canta uma música chamada “Shallow Water” (que pode ser traduzida como “Águas Frívolas”), que ela compôs com a ajuda de sua professora de canto e que aborda a poluição marinha. O protesto leva em conta a questão que uma tubulação de petróleo muito provavelmente deixa escapar resíduos no oceano, segundo o site da ONG Greenpeace.
“A mensagem da música é que, se nós poluirmos, poluirmos e poluirmos, os ecossistemas e biomas do oceano irão morrer… se nós não fizermos nada, tudo se acabará”, diz Ta’Kaiya no vídeo.
Além de publicar o vídeo, Ta’Kaiya e sua mãe foram ao escritório da empresa para entregar pessoalmente uma cópia da música e uma carta pedindo que reconsiderassem o projeto. Todavia, a menina foi impedida de entrar no escritório da empresa, além de se terem se recusado a enviar alguém para buscar sua carta, informou a ONG.
A cantora mirim é membro de uma antiga tribo da costa canadense chamada Sliammon. O desejo de compor tal canção surgiu enquanto Ta’Kaiya estudava a respeito das lontras marinhas, entrando em contato, pela primeira vez, com a realidade da poluição oceânica, segundo o Greenpeace.
Urgência na proteção dos oceanos
A presidente Dilma Rousseff disse na quinta-feira em seu discurso na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que devem ser tomadas ações urgentes tomadas para a proteção dos oceanos e que este assunto é um dos principais constantes do documento final da conferência.
“Vamos agir com urgência para proteger a biologia marinha em alto mar, assim como combater poluição e impactos da mudança do clima”, disse Dilma em seu discurso no Riocentro.
Apesar das promessas da Rio+20, poucas ações concretas foram apontadas de fato no documento final da conferência. O website BusinessGreen forneceu uma análise de conteúdo para mostrar a linguagem aguada do documento: a palavra “incentivar” aparece 50 vezes; “nós vamos” apenas cinco vezes; “apoio” é usado 99 vezes; enquanto a palavra “deve” aparece apenas três vezes. Metas, financiamento e prazos também foram retirados do texto.