Vídeo chinês mostra ‘liberação’ de ilhas disputadas e ataque nuclear à Tóquio

23/09/2013 17:56 Atualizado: 23/09/2013 17:57
Um vídeo de computador mostra um ataque iminente às ilhas Diaoyu, um território desabitado que é contestado pelo Japão e a China. O vídeo militar se tornou viral online na China. Na conclusão do vídeo, as forças chinesas soltam uma bomba atômica em Tóquio (QQ.com)
Um vídeo de computador mostra um ataque iminente às ilhas Diaoyu, um território desabitado que é contestado pelo Japão e a China. O vídeo militar se tornou viral online na China. Na conclusão do vídeo, as forças chinesas soltam uma bomba atômica em Tóquio (QQ.com)

Um vídeo gerado por computador, representando as forças chinesas conquistando um conjunto de ilhas contestadas no Mar do Sul da China e destruindo Tóquio com um míssil nuclear, se tornou viral quando foi publicado online em 18 de setembro. Também houve uma série de comentários críticos, desde excitação até desdenho e sarcasmo.

A maior parte do vídeo, com música militar bombástica, detalha um confronto entre as forças armadas da China comunista, o Japão e Taiwan, centrado em torno das ilhas Diaoyu, chamadas de ilhas Senkaku em japonês. O arquipélago está localizado no Mar do Sul da China e a China e o Japão disputam sua posse.

No vídeo, depois que os armamentos militares chineses são expostos e introduzidos um por um, obtendo superioridade aérea e naval, o Exército da Liberação Popular realiza um desembarque anfíbio, acabando com uma base militar japonesa no processo.

No entanto, a vitória não para por aí. A música continua, um míssil de cruzeiro chinês decola e faz seu caminho até o Japão, transportando uma ogiva nuclear que atinge o Santuário Yasukuni, em Tóquio, onde todos os mortos de guerra japoneses, incluindo aqueles que cometeram atrocidades na China e em outros lugares, estão consagrados. O vídeo termina com cenas do resto da metrópole desaparecendo numa bola de fogo atômica.

O vídeo de quatro minutos foi criado por um internauta para comemorar o 82º aniversário do Incidente de Mukden de 1931, segundo a mídia da China continental. O Incidente de Mukden é considerado infame por ter sido a primeira invasão japonesa da China e um prelúdio da 2ª Guerra Mundial na Ásia. O Santuário Yasukuni, alvo do ataque nuclear hipotético, é regularmente atacado na imprensa chinesa nacionalista. A identidade do criador do vídeo é desconhecida.

Os internautas fizeram uma variedade de comentários na página do vídeo. Enquanto alguns estavam entusiasmados com a exibição de força nacional demonstrada no vídeo, outros ficaram horrorizados com o espírito descarado de agressividade.

Um internauta escreveu: “… Eles até mesmo encenaram uma guerra nuclear. Por que eles não editaram o fim do mundo com crânios dominando o cenário de fogo?”

Outro comentou: “Os gráficos de computador são atrozes. Comparado com o visual de computação gráfica produzido anteriormente por japoneses sobre uma guerra especulativa, isso é realmente vergonhoso. Além disso, o vídeo é tão estúpido. Em que era estamos vivendo? Quem detonaria uma cidade? Não é isso exatamente o mesmo militarismo [japonês da 2ª Guerra Mundial]?”

“Esse vídeo foi feito com a ajuda da Coreia do Norte? O conceito de produção e a capacidade técnica estão no nível deles”, escreveu um internauta.

Ainda outro comentou: “Isso é autoanestesia, como Ah-Q! Autossatisfação não faz nada, apenas trabalho real pode tornar nosso país próspero!” Ah-Q é um personagem popular de um romance chinês, conhecido por se autoenganar com tolices.

Por fim, um disse: “Eu não vejo diferença entre este vídeo e o da Coreia do Norte em que eles bombardeiam os imperialistas norte-americanos. Será que queremos acabar como os coreanos, fingindo valentia e nos chafurdando no autoengano?”