Um vídeo gerado por computador, representando as forças chinesas conquistando um conjunto de ilhas contestadas no Mar do Sul da China e destruindo Tóquio com um míssil nuclear, se tornou viral quando foi publicado online em 18 de setembro. Também houve uma série de comentários críticos, desde excitação até desdenho e sarcasmo.
A maior parte do vídeo, com música militar bombástica, detalha um confronto entre as forças armadas da China comunista, o Japão e Taiwan, centrado em torno das ilhas Diaoyu, chamadas de ilhas Senkaku em japonês. O arquipélago está localizado no Mar do Sul da China e a China e o Japão disputam sua posse.
No vídeo, depois que os armamentos militares chineses são expostos e introduzidos um por um, obtendo superioridade aérea e naval, o Exército da Liberação Popular realiza um desembarque anfíbio, acabando com uma base militar japonesa no processo.
No entanto, a vitória não para por aí. A música continua, um míssil de cruzeiro chinês decola e faz seu caminho até o Japão, transportando uma ogiva nuclear que atinge o Santuário Yasukuni, em Tóquio, onde todos os mortos de guerra japoneses, incluindo aqueles que cometeram atrocidades na China e em outros lugares, estão consagrados. O vídeo termina com cenas do resto da metrópole desaparecendo numa bola de fogo atômica.
O vídeo de quatro minutos foi criado por um internauta para comemorar o 82º aniversário do Incidente de Mukden de 1931, segundo a mídia da China continental. O Incidente de Mukden é considerado infame por ter sido a primeira invasão japonesa da China e um prelúdio da 2ª Guerra Mundial na Ásia. O Santuário Yasukuni, alvo do ataque nuclear hipotético, é regularmente atacado na imprensa chinesa nacionalista. A identidade do criador do vídeo é desconhecida.
Os internautas fizeram uma variedade de comentários na página do vídeo. Enquanto alguns estavam entusiasmados com a exibição de força nacional demonstrada no vídeo, outros ficaram horrorizados com o espírito descarado de agressividade.
Um internauta escreveu: “… Eles até mesmo encenaram uma guerra nuclear. Por que eles não editaram o fim do mundo com crânios dominando o cenário de fogo?”
Outro comentou: “Os gráficos de computador são atrozes. Comparado com o visual de computação gráfica produzido anteriormente por japoneses sobre uma guerra especulativa, isso é realmente vergonhoso. Além disso, o vídeo é tão estúpido. Em que era estamos vivendo? Quem detonaria uma cidade? Não é isso exatamente o mesmo militarismo [japonês da 2ª Guerra Mundial]?”
“Esse vídeo foi feito com a ajuda da Coreia do Norte? O conceito de produção e a capacidade técnica estão no nível deles”, escreveu um internauta.
Ainda outro comentou: “Isso é autoanestesia, como Ah-Q! Autossatisfação não faz nada, apenas trabalho real pode tornar nosso país próspero!” Ah-Q é um personagem popular de um romance chinês, conhecido por se autoenganar com tolices.
Por fim, um disse: “Eu não vejo diferença entre este vídeo e o da Coreia do Norte em que eles bombardeiam os imperialistas norte-americanos. Será que queremos acabar como os coreanos, fingindo valentia e nos chafurdando no autoengano?”