Uma viagem fascinante à arte do século 17

30/07/2014 11:25 Atualizado: 30/07/2014 11:25

A arte dos mestres holandeses e flamengos, tais como Rembrandt, Frans Hals, Gerrit Dou e Jan Steen, reflete a arte do século 17. Neste período, os artistas holandeses não dependiam da comissão da monarquia, da nobreza, ou da Igreja Católica, pois vendiam suas pinturas para o povo. Qualquer pessoa com algum dinheiro no bolso podia comprar um quadro.

Esta arte, muitas vezes, reflete a vida não só dos ricos, mas de vendedores comuns, pastores, ou marinheiros. A Holanda, ou República Holandesa, era uma potência marítima dominando o comércio internacional em todo o mundo.

Paisagens e Natureza Morta

Em 1602, a Companhia das Índias Holandesas foi criada para competir com os comerciantes britânicos e portugueses. Sua exploração em busca de novos mercados e commodities deu-lhes rotas comerciais em todo o mundo que excedia qualquer um de seus rivais. Durante este período de tempo, um grande número de artistas começou a pintar o que viram quando estavam no mar, que por sua vez nos forneceu algumas das pinturas mais requintados do oceano.

Na pintura ‘Paisagem de rio com um veleiro’ de Salomon van Ruysdael, você pode ver que o uso de luz dá ao céu a esperança de que um dia claro está chegando. A pintura também mostra não só o que está acontecendo no rio, mas os detalhes da vida em torno do rio. Com o escaler levando vacas ao outro lado do rio, a cidade ao fundo, e as gaivotas no céu acima, que mostra como era a vida nesse período de tempo.

Na pintura de Willem Claesz Heda, ‘Natureza morta com copos e tabaco’, os objetos parecem ser tridimensionais e parecem mais com uma fotografia do que uma pintura. A pintura faz você querer tocar os itens que aparecem de modo natural.

O espectador experimenta sentimentos de querer empurrar o prato que contém a laranja para não cair, a apagar o fogo sobre a fina peça de corda antes que a mesa fique em chamas. Artistas como Willem Claesz Heda eram conhecidos por sua capacidade de fazer objetos de metal parecerem não só reais, mas com o brilho particular do metal.

O quadro ‘Cão dormindo’ de Gerrit Dou, foi inspirado no desenho em água-forte de Rembrandt, de um cachorro dormindo.

Dou não apenas desenhou o cachorro, mas deu ao cão uma personalidade que o trás à vida. A urna quebrada que brilha no fundo, bem como os galhos e os tamancos que se encontram casualmente no banco de madeira, mostram uma cena de conforto que nos dá uma breve ideia do que ele viu.

Arquitetura e animais

Quase inteiramente ausente em muitas das obras destes artistas é o aspecto religioso. Muitos artistas fugiram para o norte para escapar da guerra com a Espanha, o que na época eles achavam que eram a liberdade religiosa e um melhor clima econômico.

Mesmo em pinturas que descrevem uma igreja, como ‘Interior da St. Bavokerk, Haarlem’, de Pieter Saenredam, a arquitetura aparece mais do que os aspectos religiosos. O foco é sobre as colunas imponentes e a vastidão do interior, ao invés da santidade da ex-catedral católica e atual igreja protestante localizada na praça do mercado central, na cidade holandesa de Haarlem.

Uma das maiores telas é ‘Orfeu Encantando os Animais’, do artista holandês Aelbert Cuyp. Nesta pintura, Orfeu toca violino para uma variedade de animais de todo o mundo. A versão de Cuyp do antigo mito grego mostra o que ele sentia que as fábulas de Esopo deveriam transmitir.

Curiosamente, Cuyp nunca havia deixado a Europa, de modo que ele não tinha conhecimento de primeira mão de como qualquer uma das criaturas na pintura parecia. Em vez disso, ele olhou para impressões e recheou espécimes no ‘gabinete de curiosidades’ aristocráticas para descrevê-los tão perto da realidade quanto possível.

Sylvia McCleary, mora em São Francisco, e escreve sobre eventos, viagens e entretenimento. Ela já viajou para mais de 80 países e já participou de eventos de música e artes em todo o mundo. Visite: www.thegypsytraveller.com