Veterinário chinês diz que autoridades têm acobertado epidemia aviária H7N9

18/04/2013 19:55 Atualizado: 19/04/2013 00:13
Um funcionário chinês com spray desinfetante num galinheiro em Baofeng em 17 de abril (ChinaFotoPress/Getty Images)

Desde o ano passado, o Partido Comunista Chinês (PCC) tem acobertado o pior surto recente de gripe aviária em galináceos, mas essa história começou há mais de 10 anos, segundo um veterinário sênior, que trabalhou com criadores de aves por várias décadas.

Usando o pseudônimo Lin Huatai, o veterinário disse numa entrevista exclusiva que o novo vírus tem se espalhado por meio das aves desde o fim de novembro, do Leste para o Sudoeste da China.

De acordo com Lin Huatai, gripe aviária com baixa patogenicidade entre aves é comum na China, enquanto as altamente virulentas geralmente afetam áreas localizadas. Ele disse que a epidemia ocorreu em galináceos nas províncias de Henan, Shanxi e Shaanxi e em patos na província de Sichuan. “Shaanxi tinha mais de 20 milhões de galináceos, mas agora há apenas 7 a 8 milhões”, disse Lin Huatai, acrescentando que faz mais de uma década desde que ele viu tantas galinhas morrerem desta forma.

O surto pode ter se originado em Shijiazhuang, no norte da província de Hebei, em abril e maio do ano passado, quando 80% das aves morreram, gerando enormes prejuízos para os criadores, mas “nenhuma mídia informou sobre isso”, disse Lin Huatai.

Aparentemente, as autoridades costumam reter informações sobre surtos de gripe aviária para evitar os enormes custos envolvidos com os abates.

“Não importa se a gripe aviária acorre em galináceos, porcos ou patos, o governo definitivamente não quer que essa notícia se espalhe”, disse ele. “A prática internacional é abater os animais. É impossível matar todos, há dezenas de bilhões – é muito caro matar todos eles!”

Crescente mortandade

Depois de mais de 16 mil suínos doentes despejados na montante do Rio Huangpu em Shanghai no mês passado, a mídia chinesa começou a informar sobre o grande número de diferentes animais mortos que apareceram em outras áreas.

Em 25 de março, cerca de mil patos mortos foram encontrados flutuando no Rio Nanhe no sudoeste da província de Sichuan.

Quatro dias depois, cerca de 300 kg de peixes mortos foram recolhidos do Rio Sijingtang, no distrito de Songjiang, em Shanghai, segundo Diário Oriental da Manhã.

Toneladas de peixes mortos também foram retirados do Lago Cihu na província de Hubei em 9 de abril, informou a mídia estatal Xinhua. No dia seguinte, um grande número de galinhas e patos mortos foi encontrado no Rio Xinjiang, província de Jiangxi, segundo o Serviço de Notícias da China.

O Diário Dahe informou que mais de mil galináceos morreram em três dias desde 7 de abril numa fazenda na província de Henan.

Em alguns casos, as autoridades locais disseram que os animais morreram de causas desconhecidas, culpando principalmente o clima frio. No entanto, Lin Huatai disse que isso não pode ser verdade. “A indústria de aves da China existe há várias décadas”, disse ele. “Os avicultores definitivamente não deixariam suas aves morrerem dessa forma.”

Lin Huatai também disse que os porcos despejados na região do delta do Rio Yangtzé devem ter morrido em massa de doença infecciosa, pois uma epidemia normalmente permanece latente por algum tempo antes de se manifestar.

A maioria dos primeiros casos humanos confirmados de H7N9 foi a jusante do condado de Jiaxing, onde os suínos mortos apareceram. Atualmente, 31 casos humanos foram relatados em Shanghai, 25 em Zhejiang, 20 em Jiangsu, 3 em Anhui, 2 em Henan e 1 em Pequim.

O número relatado de infecções em aves continua baixo. Em 10 de abril, o Ministério da Agricultura disse que, de 3.175 amostras coletadas de mercados de aves vivas e fazendas de diferentes áreas, apenas 34 deram resultado positivo para o H7N9, incluindo 21 galinhas, 3 pombos, 3 patos e 7 amostras do ambiente.

Até o momento, as autoridades chinesas dizem que 17 pessoas morreram de um total de 82 casos. A Organização Mundial de Saúde observou em 17 de abril que um número de pessoas infectadas não tem histórico de contato com aves.

“A gripe aviária entre galináceos contaminou o ambiente, transformando o ar num reservatório para o vírus e é assim que o H7N9 começou a infectar as pessoas em Shanghai”, afirmou Lin Huatai.

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Lin Huatai afirmou,