Veteranos do Partido publicam carta aberta a Hu e Wen

22/05/2012 03:30 Atualizado: 22/05/2012 03:30

Zhou Yongkang, membro do Comitê Permanente do Partido Comunista, pode seguir seu protegido Bo Xilai em ser expulso de suas posições no Partido. (Liu Jin/AFP/Getty Images)Dezesseis veteranos do Partido Comunista Chinês (PCC) assinaram uma carta aberta ao presidente Hu Jintao e ao primeiro-ministro Wen Jiabao, publicada online em 9 de maio.

O autor da carta, Yu Yongqing, confirmou sua autenticidade numa entrevista por telefone com o Epoch Times.

A carta faz várias solicitações a respeito de Zhou Yongkang, incluindo sua retirada do Comitê Permanente; remoção do cargo de secretário do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL); que Zhou admita seus crimes na perseguição ao Falun Gong; que se demita de todas as suas outras posições, incluindo a de membro do Partido, e que seja investigado pela Comissão Disciplinar Central.

Zhou controla todas as forças internas de segurança da China através de sua posição no CAPL, e ele é apenas um dos nove membros do Comitê Permanente do Politburo, o órgão máximo do poder no regime comunista chinês. Os rumores surgiram em março, de que Zhou junto com Bo Xilai, que recentemente foi expulso do PCC, teriam planejado um golpe para impedir a ascensão de Xi Jinping a presidência do PCC e depois instalar Bo no coração do poder na China.

Movimento ousado

A carta dos peticionários é especialmente notável porque aponta diretamente para um homem que tem o poder de fazê-los desaparecer. “Normalmente, esses missivistas farão pedidos gerais, tal como pedir reforma política”, disse o comentarista Zhang Tianliang. “Que uma pessoa seja apontada é muito raro.”

A carta foi publicada no website Canyu.org da China Free Press.

A carta também pede a retirada de Liu Yunshan de sua posição como ministro do Departamento Central de Propaganda, e para impedi-lo de comparecer à próxima reunião do Comitê Permanente no 18º Congresso Nacional Popular.

Liu Yunshan, que é visto pela maioria como parte da facção de Hu Jintao no Partido, é um dos 10 candidatos considerados para se juntar ao Comitê Permanente.

Os crimes de Mao e seus sucessores

Os 16 signatários da cidade de Zhaotong, na província de Yunnan, enumeraram os crimes de Mao Tsé-tung e seus sucessores. Eles também expuseram a intenção de Zhou Yongkang e Bo Xilai de restaurar a Revolução Cultural e seu golpe planejado em Chongqing.

Yu disse: “Numa variedade de movimentos, os intelectuais e camponeses foram brutalmente reprimidos. Após os tormentos da Revolução Cultural de Mao Tsé-tung na China, seus sucessores Deng Xiaoping e Jiang Zemin são responsáveis pelo Massacre da Praça Tiananmen em 1989 e pela atual perseguição ao Falun Gong.”

Yu acredita que esses eventos arruinaram o futuro da China e disse que os perpetradores devem ser responsabilizados. O governo deve vindicar as pessoas perseguidas, disse Yu. Se o PCC não muda, as pessoas se levantarão e o derrubarão.

Outro peticionário, Wu Zhibo, disse que acha que Pequim sabia que Zhou apoiou Bo Xilai. Ele também disse que a China não deve voltar atrás para os dias sombrios e sem lei da Revolução Cultural.

A carta apontou seriamente ao invés de criticar a Revolução Cultural, os crimes cometidos por Mao Tsé-tung, e a eliminação de sua influência persistente, o Partido Central ainda mantém a ideologia de Mao como a ideologia orientadora e forjou histórias falsas para esconder seus crimes. Por exemplo, a estátua de Mao ainda permanece na Praça Tiananmen.

A carta dizia que a ideologia de Mao tem desempenhado um papel fundamental na luta política atual na China e na intriga política forjada pelo ex-secretário do PCC de Chongqing, Bo Xilai, e Zhou Yongkang. Se não fosse pela tentativa de ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, de deserção falha no consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, a China teria enfrentado consequências inimagináveis, diz a carta.