Veteranos chineses espancados por apelarem

10/10/2012 17:51 Atualizado: 31/10/2012 17:55
Em sua cidade natal, veteranos prendem a polícia que os espancou por várias horas
Peticionários de Hunan que perderam suas casas durante as demolições ilegais. (Website da Revolução Jasmim Chinesa)

Durante a semana de 1º de outubro, feriado nacional na China, a polícia de Pequim prendeu dois grupos separados de peticionários de Changsha, capital da província de Hunan. Ambos os grupos foram espancados sob custódia da polícia secreta, embora em Changsha um grupo tenha reunido reforços e mantido a polícia secreta num impasse por várias horas. Informadas sobre os espancamentos, as autoridades locais em Changsha optaram por não fazer nada a respeito.

O primeiro grupo era composto de 24 veteranos da Guerra Sino-vietnamita da província de Hunan que foram a Pequim para apelar pelos benefícios prometidos pelo governo central e que nunca foram conferidos pelas autoridades locais. Em 30 de setembro, eles visitaram Pequim. No dia seguinte, a polícia de Pequim os interceptou. Eles planejavam ir à Secretaria de Estado para Cartas e Chamadas em Pequim para expressar suas opiniões quando o feriado nacional terminasse.

Um dos veteranos, o Sr. Xiong, disse ao Epoch Times, “Nós usávamos nossos antigos uniformes militares e fomos passear. Quando nos aproximamos do Portão Xinhua [a entrada do complexo da liderança do regime, Zhongnanhai], nos deparamos com a polícia. Eles pareciam nervosos e nos interrogaram, porque o 18º Congresso ocorrerá em breve. Em seguida, eles nos levaram para a Delegacia de Polícia de Fuyoujie e posteriormente nos transferiram para Jiujingzhuang.” Jiujingzhuang tem grandes instalações dedicadas à detenção de peticionários.

Um veterano com deficiência que se identificou apenas como Sr. Yi continuou a história, “Em menos de uma hora depois de chegarmos a Jiujingzhuang, havia cerca de 200 jovens na faixa dos 20 anos com tatuagens no corpo. Eles nos bateram violentamente e nos arrastaram para um veículo. Fomos levados de volta para Hunan e chegamos ao Centro de Formação Jurídica em Changsha, onde a polícia secreta nos espancou novamente. Um de nós teve uma costela quebrada.” Changsha fica a cerca de mil quilômetros de Pequim.

O Centro de Formação Jurídica é uma instalação de lavagem cerebral sob o controle da Agência 610, um órgão extrajudicial criado para erradicar a prática espiritual do Falun Gong.

O Sr. Yi disse que a polícia secreta transferiu os 24 veteranos de Pequim para Hunan em dois ônibus separados com cerca de 20 policiais secretos em cada ônibus observando-os. Os documentos dos veteranos e seus telefones celulares foram confiscados e não lhes foi permitido comer, beber, falar ou usar o banheiro, disse ele. “A maioria de nós foi espancada e ferida. A polícia secreta nos agrediu no caminho de volta no ônibus, uma dúzia contra um”, disse Xiong.

Quando os 24 veteranos chegaram a Changsha em 2 de outubro, outros veteranos em Hunan ficaram furiosos ao saber que a polícia de Pequim bateu nos seus colegas. Eles se reuniram no Centro de Formação Jurídica e cercaram a polícia secreta, exigindo que o governo local os punisse.

Xiong disse, “Havia 120 veteranos em Changsha que vieram ao nosso encontro. Depois de ver como fomos tratados, eles ficavam furiosos e reuniram mais veteranos. A polícia secreta ficou presa no ônibus. O impasse ocorreu entre às 18h de 2 de outubro e 1h da manhã de 3 de outubro.”

Por fim, o governo local mobilizou mais de 100 policiais locais para escoltar a polícia secreta de Pequim. De acordo com Xiong, os veteranos apelaram muitas vezes e sempre acabam sendo espancados pela polícia secreta. Uma vez, eles usaram procedimentos legais e visitaram diferentes níveis de oficiais, mas não receberam resposta.

Vítimas de demolições forçadas espancadas

Veteranos não foram os únicos peticionários de Changsha espancados pela polícia de Pequim durante o feriado nacional. Outro grupo de 17 manifestantes da capital de Hunan foi a Pequim para apelar contra a demolição ilegal de suas casas.

Um deles, Liu Hua, disse ao Epoch Times que a polícia de Pequim os arrastou para um grande ônibus, supostamente para verificar seus documentos. A polícia local então os entregou à polícia secreta. No ônibus, a polícia secreta espancou o peticionário sênior Li Zhongyu e os policiais fardados não fizeram nada.

Em seguida, os peticionários foram presos em Jiujingzhuang. Às 13h em 2 de outubro, os peticionários foram colocados num ônibus e a polícia secreta os escoltou de volta para Changsha.

Em 3 de outubro, quando o ônibus se aproximava de Changsha, os peticionários chamaram a polícia local e relataram como a polícia secreta os intimidou. Os peticionários esperaram por 11 horas antes que a polícia local aparecesse, mas eles não registraram nada ou tomaram qualquer nota das testemunhas. A polícia local simplesmente levou o ônibus.

As autoridades locais disseram aos peticionários que a questão estava além de sua jurisdição e os aconselhou a ir a Pequim para resolver o caso.

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