Encerrou-se em Varsóvia mais uma reunião sobre a mudança do clima global — a COP-19, ou 19ª conferência dos países signatários da Convenção do Clima da ONU (1992).
Os ministros do Meio Ambiente tentaram driblar as realidades. Estas entravam as negociações para reduzir o nível de vida e de consumo dos homens com o pretexto de diminuir a produção de gases do efeito estufa – leia-se CO2, embora este gás seja só 0,03% da atmosfera.
Com sensatez, Japão e Austrália recuaram de compromissos anteriormente assumidos de cortar suas emissões de carbono.
O PT teria gostado exibir resultados diante dos colegas verdes e vermelhos. Mas o repique de 28% na área desmatada na Amazônia aumentando as áreas produtivas, em relação aos 12 meses anteriores, prejudicou a imagem faceira das esquerdas nacionais nesses encontros.
A China é indiscutivelmente o maior emissor de CO2 no planeta, tendo ultrapassado os EUA, mas nem verdes nem vermelhos se incomodaram. Incomodam-se isso sim contra os países prósperos ou que querem sair do atraso enriquecendo suas populações.
A palavra “equidade” foi entrando na moda do jet-set verde e midiático para fustigar as nações “ricas” e obrigá-las a pagarem uma conta ruinosa para elas e para o planeta. Para isso vão manipulando a gosto a recente Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” de Francisco I.
As ONGs ambientalistas abandonaram o encontro de Varsóvia antes do fim. Greenpeace, Oxfam e WWF se disseram insatisfeitos, pois com o ritmo das negociações não é todo o radical e atropelado que desejam.
O presidente socialista francês François Hollande destacou da delegação francesa o líder verde Nicolas Hulot e o encaminhou ao Vaticano, como enviado especial do presidente da republica francesa para a proteção do planeta.
O ativista verde foi conversar com os responsáveis da Secretaria de Estado da Santa Sé, os do Conselho Pontifício “Justiça e Paz” e da Caritas Internacional, segundo informou a agência Apic.
Ele espera engajar o Vaticano num esforço de pressão global para que os “ricos” abram mão e capitulem diante da ofensiva mundial ambientalista que, no mundo da Lua, ajudará aos “pobres”.
O objetivo concreto desse engajamento será pressionar a próxima “Conferência sobre Mudança Climática” de 2015 em Paris.
As esquerdas – verdes e vermelhas – também anseiam que no anunciado documento público que Francisco I prepara sobre o meio ambiente, também sejam incluídas suas reivindicações contra os “ricos” aquecedores.
Nicolas Hulot foi bem recebido e o jornal vaticano “L’Osservatore Romano” publicou uma entrevista com o ativista.
Em Varsóvia, a ausência dos ongueiros foi percebida no Estádio Nacional, onde aconteceram as negociações. Além dos estandes vazios, os corredores estavam em silêncio. A saída acontece após uma semana considerada de reveses pelos ambientalistas.
Como auge da contradição e absurdo, o aplicativo oficial para smartphones concebido para a COP-19 dizia na apresentação algo muito razoável, até merecedor de palmas: “Mudanças climáticas são fenômenos naturais que já ocorreram muitas vezes na Terra.”
A mensagem pelo seu bom senso irritou os ambientalistas, pois esvazia as teorias estapafúrdias sobre o aquecimento global.
O software, no entanto, exibia o logo do Ministério do Meio Ambiente polonês. Talvez por isso, no meio da Conferência, o presidente da COP-19, Marcin Korolec, perdeu seu emprego como ministro do Meio Ambiente da Polônia. Como na Rússia soviética: discordou, perdeu a cabeça.
Os representantes de 195 governos pretendem que em 2015, na conferência de Paris, se estabeleça um novo acordo climático global o mais intervencionista possível, para entrar em vigor em 2020.
Uma das metas utópicas é que a partir de 2020 os países desenvolvidos desembolsem US$ 100 bilhões por ano para combater as mudanças climáticas.
A China pressionou muito para que já em 2016 houvesse US$ 70 bilhões disponíveis, mas ela (em teoria a mais aquecedora e na prática a mais poluidora economia do planeta) não se comprometeu a nada.
Esta matéria foi originalmente publicada pelo blogue Verde: a cor nova do comunismo