A verdadeira história da suástica (Parte 2)

11/07/2014 09:13 Atualizado: 13/10/2016 14:26

A palavra suástica deriva do sânscrito – swastikah -, uma antiga língua da Índia, e significa “ser feliz”. Nesse país, o símbolo é relacionado a boa fortuna.

Acredita-se que a origem de todos os seres, assim como de suas ações, está relacionada ao movimento. O movimento incessante do universo produz continuamente coisas novas. Isso também aplica-se à Terra, ao Céu, ao Sol e a todos os planetas. A suástica representa justamente a simbologia do movimento circular, do renascer. Em diferentes culturas significa a reencarnação.

A suástica tem muitos nomes. Na linguagem primitiva dos antigos germanos, ela se chama “Vierfoss” (Base de Fogo).

Segundo estudos, Guido von List, autor austríaco místico anti-semita, foi o responsável pela associação entre a suástica e o nazismo devido ao poder ideológico do símbolo. A “Hakenkreuz”, nome dado à suástica nazista, significa “cruz que abarca tudo” e faz alusão ao criador e ao redentor que salva as pessoas – para os alemães da época, Adolf Hitler.

Em muitas culturas a suástica representa diretamente o Sol, que rege a mudança das estações no decorrer de um ano. “Wan Zifu” é o nome em chinês da suástica. Dentro de um círculo o ideograma também significa “Sol”. Sem o círculo, significa infinito e o número dez mil.

Figurativamente, o símbolo também conota fertilidade, podendo ser visto em estátuas e peças artísticas de vários povos antigos, que colocavam-no nas regiões genitais das obras.

A suástica é encontrada com algumas variações em seu desenho, mas a forma se mantém a mesma, ainda que possua linhas mais retas ou mais curvas com 3, 4, 8 ou mais braços, o significado essencial do símbolo é sempre similar.

A bandeira nacional dos índios Cuna, Panamá

Entre o fim do século XIX e o começo do século XX, ocorreu a Revolução Cuna, que culminou na fundação da República de Tule ou a “República dos Homens”. A suástica é um símbolo desta cultura e, naquele tempo, eles a usavam em uma bandeira listrada com uma suástica no centro.

Com a aparição do nazismo, a bandeira foi modificada, inserindo-se um anel vermelho no eixo central da suástica. Segundo Whitney Smith – vexilologista norte-americano de renome -, os índios Cuna agregaram o circulo que representa um “anel nasal”, porque sabiam que os alemães nunca usariam anéis em seus narizes.

A bandeira também foi utilizada durante a Declaração da Independência do Panamá no final do século XIX ou começo do século XX, segundo a Proclamação do Panamá de fevereiro de 1925.

Bandeira da República de Tule (T) e bandeira utilizada na declaração de independência do Panamá (B) (Epoch Times)
Bandeira da República de Tule (T) e bandeira utilizada na declaração de independência do Panamá (B) (Epoch Times)

 

Suástica na Argentina

Em Bariloche há uma fonte pública com um desenho de labirinto por onde corre a água. Não se sabe qual é o exato propósito do desenho, mas acredita-se que seja para que a água seja purificada em seu trajeto. Outro significado também é atribuido a fonte, como o apoio ao nazismo existente na Argentina.

A fonte tem cinco lados, que medem aproximadamente dois metros e meio de largura, por meio metro de altura cada. Ela encontra-se no centro comercial da cidade de Bariloche. Não se conhece a identidade do escultor.

Suástica em fonte de Bariloche, Argentina (Epoch Times)
Suástica em fonte de Bariloche, Argentina (Epoch Times)

 

Os índios Apaches, Estados Unidos

Como muitas outras tribos aborígenes da América, os índios Apaches têm utilizado o símbolo da suástica como ornamento por vários séculos, tanto em peles como em jóias. Os xamãs usavam-na para vários fins, desde a adivinhação do futuro até cerimônias de cura. Igualmente, para as etnias Navajo e Hopi, a suástica simboliza as quatro direções celestiais.

 

A Cruz Basca, Espanha

A suástica, conhecida em todo país Basco como “Lau-Buru”, que significa “Quatro Cabeças”, também é chamada de Rosa Lauburu ou Suástica Basca.

Os romanos a adotaram quando invadiram o que hoje é o país basco, como símbolo da força bruta e da barbárie moderna. O imperador Augusto a levou desde a cordilheira dos Pirineus até Roma, na Itália, como uma amostra do triunfo diante das tropas bascas. O imperador Constantino a cristianizou, batizando-a como a Cruz do Calvário. Os nazistas a usurparam para promover o seu regime totalitário, mudando a direção da rotação do símbolo e colocando a suástica na posição vertical em cor preta.

Para os Bascos a cruz Lauburu simboliza a humanidade, e é composta de quatro elementos: forma, vida, sensibilidade e consciência. Eles acreditam que esses são os quatro elementos básicos humanos, que se relacionam diretamente com os quatro estados da matéria reconhecidos pela ciência ocidental: sólido, líquido, gasoso e radiante.

A primeira cabeça representa a forma ou a densidade; a segunda, a vida ou a vitalidade; a terceira a sensibilidade; e a quarta o estado de consciência.

 A Cruz Basca ou Lauburu (Epoch Times)
A Cruz Basca ou Lauburu (Epoch Times)

 

O calendário Azteca da Roda do Sol

O calendário Azteca é chamado de “Roda do Sol”, assemelhando-se a uma suástica redonda. Ele mostra as etapas do Sol nas quatro regiões do mundo, durante um ciclo de 52 anos. A roda começa com o 1º ano de Acatls, logo gira à esquerda para o 2º ano de Tecpatls, seguindo para o 3º ano de Callis, para o 4º ano de Tochtlis, 5º ano de Acatls e sucessivamente.

Calendário azteca da Roda do Sol (Epoch Times)
Calendário azteca da Roda do Sol (Epoch Times)

 

Suásticas Góticas

As três imagens abaixo giram para a direita. Também, pode-se encontrar signos que giram para a esquerda.

Esta forma de apresentação da suástica, muitas vezes, são vistas nas antigas igrejas e edifícios góticos da Europa. Muitos são tombados pela UNESCO (Epoch Times)
Esta forma de apresentação da suástica, muitas vezes, são vistas nas antigas igrejas e edifícios góticos da Europa. Muitos são tombados pela UNESCO (Epoch Times)

 

Para mais informações sobre a lenda e história da suástica visite: www.swastika-info.com

Leia também:
A verdadeira história da suástica (Parte 3)