Devido a deterioração da economia venezuelana, regida pelo regime bolivariano de Nicolás Maduro, o número de filas que se formam por toda Venezuela se multiplicam a cada dia. A população chega passar até 8 horas por dia para conseguir comprar alimentos e outros bens de consumo. Famílias com filhos pequenos são obrigados a passar horas debaixo de sol forte, sofrendo de desidratação e fadiga em muitos casos.
Recentemente, Ruth Palma, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Girardot, no estado de Aragua, advertiu que se crianças forem submetidas às filas, os pais podem ser punidos, podendo perder a custódia de seus filhos, informou a mídia Carabobeño.
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Palma disse que “os pais que usam crianças pequenas como ‘ferramentas’ irião perder a custódia de seus filhos”. Ela não especificou quais são os parâmetros de julgamento, mas afirmou que a inspeção visual será fator importante para considerar se uma criança esta sendo utilizada ou não.
Na Venezuela, com o aparecimento das longas filas, uma nova forma de negócio foi criada: o aluguel de crianças. Pessoas emprestam – geralmente crianças de colo -, de modo que com o pranto, os guardas dão prioridade a pessoa. Em troca, o pai recebe de $200 a $300 bolívares. “Isso é considerado exploração de menores”, disse Palma durante conferência de imprensa.
“Pais irresponsáveis colocam as crianças para manter a posição. Elas são deixadas por horas na fila. Na cidade de Girardot, pelo menos 70 estão desaparecidas. Apelamos para a consciência das pessoas”, explicou a oficial.
Entretanto, o governo venezuelano não expôs nenhuma alternativa para acabar com escassez de alimentos e produtos básicos, que são os fatores que geram as longas filas, pois quando um supermercado recebe mercadorias todas as pessoas de uma região vão para compra-los ao mesmo tempo.
Para tentar manter a ordem nas filas utiliza-se a polícia e a Guarda Nacional Bolivariana, os quais também guardam a venda de produtos. Em 22 de dezembro de 2014, cerca de sete menores ficaram feridos em um supermercado em Maracay, capital do Aragua, quando alguém puxou uma arma durante corre-corre para se conseguir comprar produtos.