Vacina contra gripe não é tão eficiente, diz médico

12/02/2014 10:34 Atualizado: 12/02/2014 10:34

Pela forma como somos encorajados a tomar a vacina contra a gripe, poderíamos pensar que é uma medida sem falhas para evitar a doença. No entanto, não é assim.

A vacinação contra a gripe é muito menos eficaz do que temos sido levados a acreditar. Além disso, muitas pessoas precisam ser vacinadas para que apenas uma pessoa se beneficie. Em outras palavras, a grande maioria das pessoas que são vacinadas contra a gripe não serão beneficiadas.

Na semana passada, escrevi sobre um exemplo de como a vacinação contra a gripe pode ser retratada de uma forma muito positiva, deixando de lado o fato de que esta prática é geralmente bastante ineficaz. Esta semana, deparei-me com um outro artigo que me fez pensar novamente sobre a eficácia da vacinação contra a gripe.

Tratava-se da suposta pandemia de gripe de 2009. O vírus responsável foi do tipo H1N1 e foi popularmente conhecido como gripe suína. De volta a 1918, uma epidemia semelhante da gripe causou em torno de 675 mil mortes nos Estados Unidos. Em 2009, a epidemia matou cerca de 14 mil pessoas, menos do que em algumas épocas quando a gripe é regular. Por que o vírus de 2009 foi tão benigno?

Existem evidências publicadas em novembro de 2011 no jornal  “Clinical Infectious Diseases”, mostrando que ter pegado a infecção anterior da gripe pode ter ajudado a conter o vírus H1N1.

Pesquisadores nos Estados Unidos avaliaram cerca de 500 pessoas ao longo de 2009 e 2010. Os indivíduos foram testados para detectar a presença de anticorpos no sangue contra o vírus H1N1.

Eram pessoas que não tinham sido vacinadas, ou seja, os anticorpos devem ter-se originado a partir de contato natural e da infecção provocada pelo vírus da gripe.

Daqueles que não possuíam anticorpos, 33% sucumbiram ao vírus H1N1. No entando, daqueles com anticorpos, apenas 18% sucumbiram ao vírus H1N1 .

Em outras palavras, a exposição natural anterior a um vírus H1N1 parece ter proporcionado  uma proteção significativa contra a infecção particularmente virulenta de 2009 do vírus H1N1. E os autores do estudo especulam que a exposição anterior pode ter contribuído para a relativa moderação da pandemia.

Isto, obviamente, levanta a possibilidade de que uma forma de nos proteger da gripe, é pegar a gripe, pois é algo que faz parte da ordem natural das coisas.

O Dr. John Briffa é um médico com sede em Londres, e escritor de nutrição e medicina natural. Seu site é DrBriffa.com