Urnas abrem para eleição presidencial do Egito

18/06/2012 03:00 Atualizado: 18/06/2012 03:00

Cartazes de campanha rasgados do candidato à presidência Mohhamed Morsi pendurados na parede de um posto eleitoral em 17 de junho de 2012 no Cairo, Egito. (Daniel Berehulak/Getty Images)Egípcios votaram pelo segundo e último dia de votação no domingo, enquanto o país entra nos estágios finais de sua tão esperada, mas altamente dividida, eleição presidencial.

Os eleitores enfrentam a escolha entre dois contendores em polos opostos do espectro: Mohammed Mursi, o candidato islâmico da Irmandade Muçulmana, e Ahmed Shafiq, que serviu brevemente como primeiro-ministro no final do governo do ex-presidente Hosni Mubarak. Ambos os candidatos têm opiniões divididas entre os egípcios, com grupos liberais pedindo um boicote às urnas. As cédulas serão contadas na segunda-feira e o resultado da eleição será decidido na quinta-feira próxima.

A eleição ocorre após uma semana de turbulência política. A Suprema Corte Constitucional decidiu nesta quinta-feira que uma eleição parlamentar no ano passado, em que a Irmandade Muçulmana conquistou a maioria, foi inconstitucional. A câmara foi dissolvida na sexta-feira e uma declaração da Irmandade Muçulmana descreveu o evento como um “golpe” dos aliados do antigo regime.

Existem 50 milhões de eleitores no Egito, mas no 1º turno das eleições presidenciais em maio pouco mais da metade votou. Espera-se que haja uma participação ainda menor na votação deste fim de semana. Um movimento político chamado de ‘anuladores’, ou ‘mobteloon’ em árabe, espera convencer 10 milhões de pessoas a estragarem suas cédulas de voto. Seu slogan é, “Não ao fascismo militar e não ao fascismo religioso.”

Muitos observadores da votação disseram que a participação no sábado foi baixa, com as filas nas mesas eleitorais menores do que no turno anterior, informou a Al-Jazeera. E muitos eleitores não estavam entusiasmados os candidatos. “Se Shafiq ganhar, haverá demonstrações, se Morsi ganhar, haverá manifestações, no final do dia, haverá um golpe militar”, disse Mohammed Gharbani, um trabalhador da construção civil, à emissora, acrescentando que votaria em Morsi. “Eu vejo Mubarak na face de Shafiq”, disse ele.