Até que uma escola decida tornar ou não obrigatório o uso de uniforme escolar, debates ocorrem frequentemente entre os pais. Este tópico controverso convida a múltiplas opiniões e desperta várias emoções.
De um lado do debate, está o direito das crianças escolherem o que querem vestir e permitir a sua expressão criativa mediante sua roupa.
Por outro lado, está a competitividade que pode gerar entre as crianças (entre os que têm e os que não têm roupas de marca). Existe também falta de modéstia ou escolhas inapropriadas (como, por exemplo, calças rasgadas).
Mary DeBonis, consultora de comunicações e marketing da Get2Creative, de West Caldwell, Nova Jersey, disse estar um pouco dividida sobre o assunto dos uniformes escolares.
Ela disse que por um lado, parece ser uma resposta fácil: não é preciso comprar roupa propositadamente para voltar às aulas ou estar preocupado com o conjunto a vestir todos os dias. Certamente pouparia tempo e dinheiro.
Por outro lado, ela pensa que os uniformes previnem as crianças de exprimir a sua individualidade, o seu estilo, a sua personalidade. Tendo frequentado uma escola católica de Gramática, onde era obrigatório o uso de uniforme, ela não se queixou sobre isso, mas lembra-se de desejar poder vestir-se de maneira diferente tal como todas as outras crianças.
“Os nossos uniformes eram muito ‘genéricos’. Sou da opinião de que de maneira geral os uniformes escolares não são necessários”, disse a consultora.
Já a artista Marina Wagner, de Pompton Lakes, Nova Jersey, disse “não concordo com os uniformes escolares. Parece ir contra o desejo do indivíduo se auto-expressar”. Ela disse que, por ser artista, seria muito triste ser forçada a usá-lo.
“Engraçado, eu tenho uma criança que usou uniformes por vários anos e outra que não”, disse Nancy Massotto, fundadora da ‘Holistic Moms Network’, de Caldwell, Nova Jersey. Ela é a favor do uniforme por diversas razões. Os uniformes eliminam o problema da escolha da roupa pela manhã (o que ajuda muito os pais). Permitem seguir o lema ‘reduzir, reutilizar, reciclar’, porque é possível trocar o uniforme na própria escola quando ele fica velho e precisa de um novo.
“Isto ajuda a prevenir a comercialização das nossas crianças, porque assim não podem exibir as marcas dos fabricantes nas suas camisas, casacos ou sapatos, algo que eu considero perturbador”, diz Nancy.
Paula Archer, candidata de doutorado em Psicologia, de Los Angeles, Califórnia disse apreciar a formalidade e soluções práticas, a redução do estresse de escolher a cada manhã a roupa e economizar um pouco.
“O que gostaria de aconselhar baseado na minha experiência é que façam os uniformes agradáveis”, disse Paula. De sua experiência, Paula usou oito anos uma camisola verde clara com uma saia verde escura, o que ela disse que provavelmente resultou no interesse dela por moda quando adulta, como um meio de compensação.
Evelyn Brooks, escritora, artista e terapeuta intuitiva, de West Caldwell, Nova Jersey, é contra uniformes escolares. Para ela, escolas onde os estudantes usam uniformes irão descobrir outras maneiras de competir entre si e criar juízos de valor, seja motivado pelos estilos do cabelo, joias, sapatos, capacidade econômica, inteligência, etc.
“O objetivo principal é fazer com que os estudantes possam focar-se no seu trabalho escolar, em vez de se compararem uns aos outros. Auto-estima e bondade são a chave”, conclui Evelyn.