A Unidade de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Sírio-Libanês (HSL) completa dois anos de atividade com um balanço de 116 procedimentos realizados, sendo 14% em crianças. Do total, 46 são transplantes autólogos (autotransfusão), 39 são alogênicos de doadores aparentados e 31 alogênicos de doadores não aparentados. Esses pacientes tinham indicação para o procedimento em razão de quadros de leucemias, linfomas, anemias congênitas e outras doenças do sangue.
Dos 31 transplantes alogênicos de doadores não aparentados, 14 foram de sangue de cordão umbilical, 11 de sangue periférico e seis de medula óssea. Aumentar as chances destes pacientes encontrarem células-tronco compatíveis para a realização de transplante de medula óssea é o principal desafio dos bancos públicos de sangue de cordão umbilical. Entre as pessoas que necessitam de um transplante, somente 25% encontram um doador compatível entre irmãos, índice que sobe para 60% a 70% entre não aparentados, provenientes de registros nacionais e internacionais e de material coletado e armazenado nesses bancos.
Por esta razão, desde o início de seu funcionamento, a Unidade de TMO do Hospital Sírio-Libanês mantém o Banco Público de Cordão Umbilical e Placentário, em parceria com o Amparo Maternal, maternidade filantrópica gerida pela Associação Congregação de Santa Catarina, da cidade de São Paulo, com atendimento exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com este perfil, o Amparo Maternal consegue representar de maneira mais abrangente a miscigenação genética brasileira, o que facilita a identificação de doadores compatíveis.
“Além de fazer parte do BrasilCord, rede nacional de bancos públicos coordenada pelo INCA e subordinada ao Ministério da Saúde, o Banco Público de Sangue do Cordão Umbilical e Placentário do Hospital Sírio-Libanês investe em pesquisas científicas, utilizando cordões impróprios para transplantes, desenvolvidas pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP)”, afirma Yana Novis, coordenadora do Serviço de Onco-Hematologia do HSL.
Tecnologia e segurança
Outro diferencial da Unidade de TMO do Hospital Sírio-Libanês é o sistema de filtragem de ar e água. Quatro dos seus leitos são equipados com o sistema SAS – sistema de antecâmara que antecede o leito, para limitação microbiana através de atmosfera controlada. “Como o paciente tem sua imunidade diminuía após o transplante da medula óssea, precisamos de um ambiente altamente purificado, reduzindo os riscos de infecções. O ar e a água de toda a unidade são filtrados. O sistema de antecâmaras isola totalmente o ar do leito, que não se mistura à atmosfera dos corredores”, afirma a especialista.
Além do aparato tecnológico, a Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital Sírio-Libanês conta hoje com 16 leitos de internação e com uma equipe profissional multidisciplinar. Além do corpo clínico, o serviço dispõe de enfermeiros e técnicos de enfermagem especializados no atendimento oncológico.
Esse conteúdo foi originalmente publicado no site do Hospital Sírio Libanês