O Unicef divulgou um relatório em abril sobre a luta que está sendo travada contra o raquitismo, doença que afeta cerca de 165 milhões de crianças menores de cinco anos. O relatório confirma, considerando a experiência peruana, que os primeiros 1.000 dias para a criança, incluindo a gravidez da mãe, são fundamentais para o bom desenvolvimento da criança, terminando assim com a desnutrição crônica.
Deve-se “melhorar a nutrição das mulheres antes, durante e após a gravidez e promover a proteção do aleitamento materno imediato e exclusivo durante os primeiros seis meses de vida”, diz o documento. O relatório, chamado de “Melhorar a nutrição infantil: imperativo viável para o progresso global”, publicado em Dublin, na Irlanda, destacou a experiência peruana.
Paul Martin, representante do Unicef, destacou o trabalho conjunto entre governo, famílias, lideranças comunitárias, empresas privadas, ONGs, meios de comunicação e da cooperação internacional. “O Peru cumpriu a meta de alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas”, disse Martin, e está confiante de que irá conseguir reduzir o raquitismo em 10% em 2016, disse a agência peruana.
Especialistas do Unicef afirmam que, para que a criança não tenha problemas de raquitismo, a mãe deve ter uma nutrição adequada durante a gravidez e a alimentação nos dois primeiros anos de vida da criança são fundamentais para o seu desenvolvimento. As estatísticas mostram que uma em cada quatro crianças menores de cinco anos não consegue ter bom desenvolvimento devido à desnutrição crônica e outros problemas de saúde.
Estes problemas não só afetam o desenvolvimento do corpo da criança, como também podem afetar o desenvolvimento do cérebro e a capacidade cognitiva, disse Werner Schultink, chefe de nutrição do Unicef. “As células do cérebro crescem menos e reduzem o seu número. Isto leva a um declínio no desempenho escolar e, eventualmente, também na vida profissional “, disse Schultink.
O Unicef destacou o trabalho que está sendo realizado em países como Haiti, Etiópia, Índia, Nepal, Ruanda, Congo, Sri Lanka e, especialmente, no Peru, onde o raquitismo reduziu-se em um terço, entre os anos de 2006 a 2011.
