União Europeia tem ‘plano de emergência’ se a Grécia sair

14/06/2012 03:00 Atualizado: 14/06/2012 03:00

Um homem grego saca dinheiro num caixa eletrônico em 16 de fevereiro em Atenas, Grécia. Oficiais da UE admitiram fazer planos de emergência, incluindo limitar retiradas em caixas ATM, no caso (improvável) da Grécia sair da zona do euro. (Oli Scarff/Getty Images)Países da zona do euro têm discutido planos de ação se, no pior cenário, a Grécia decidir deixar o bloco de 17 nações da moeda comum.

Os oficiais que preferiram o anonimato, disseram à Reuters que há uma série de planos de contingência preparados, embora também tenham dito que não esperam que sejam necessários. Os oficiais que falaram à agência de notícias disseram que não podem imaginar a Grécia deixando a moeda.

Especificamente, os ministros das Finanças falaram sobre como limitar o volume dos saques em caixas eletrônicos, impor controles de fronteira e criarem controles de capital.

O jornal Ekathimerini informou recentemente que entre 7,5 bilhões e 8,75 bilhões de dólares foram retirados dos bancos na Grécia no mês passado. Nos últimos dias, as retiradas têm aumentado.

“Planejamentos de emergência estão em curso para um cenário em que a Grécia saia”, disse uma fonte envolvida nas negociações à Reuters. A fonte acrescentou, “Estas não são discussões políticas, essas são discussões entre os especialistas em finanças que precisam estar preparados para qualquer eventualidade.”

O planejamento, segundo ele, é “sensível”, porque qualquer coisa poderia acontecer no “pior cenário”.

Outro funcionário enfatizou, “Todos os planos de contingência (para a Grécia) retornam a mesma coisa: Ser responsável como um governo é prever até o que você espera evitar.”

A Grécia realizará novas eleições no domingo, após a votação do mês passado não conseguir produzir um governo. O principal ponto de desacordo foi sobre como lidar com as medidas de austeridade altamente impopulares impostas pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional como parte do acordo de darem à Grécia o mais recente pacote de resgate de 170 bilhões de dólares.

É esperado que o partido de extrema-esquerda Syriza, que se opõe aos cortes, se saia bem nas eleições, possivelmente até ganhe a maioria.

Na terça-feira, Alexis Tsipras, o líder do Syriza, reiterou que seu partido não formará um governo de unidade com os partidos que defendem o resgate da UE. Mas acrescentou que quer manter a Grécia na zona do euro.

“Se um dos 17 países [da zona do euro] entrar em colapso… o fogo se tornará incontrolável e não será limitado à Grécia e aos países do sul… isso acabará com a zona do euro e não interessa a ninguém”, alertou ele, segundo o Wall Street Journal.