“UNASUL é uma espécie de armadilha de favoritismo”, diz ex-presidente peruano

21/04/2013 18:30 Atualizado: 21/04/2013 18:30
Ollanta Humala, o atual presidente do Peru e da UNASUL, em novembro de 2012 (Ernesto Benavides/AFP/Getty Image)

Em entrevista por telefone na sexta-feira no programa ‘Abra os olhos’ da ‘Frecuencia Latina Televisión’, o ex-presidente peruano Alan García Pérez criticou o respaldo da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) a Nicolás Maduro, proclamado presidente da Venezuela.

García acredita que ele ganhou a eleição de forma questionável e que as dúvidas e suspeitas deixadas no caminho da disputa eleitoral se desdobrarão em conflitos e numa crise aguda de instabilidade, segundo o Perú 21.

“É uma decisão precipitada e motivada por esta associação de interesse em que se converteu a UNASUL. É um núcleo de autodefesa dos presidentes integrantes”, disse o líder do Partido Aprista.

O Peru mostrou que é possível gerar desenvolvimento e reduzir a pobreza sem demagogia, “então, eu não entendo o que ganhamos com essas amizades e alianças”, assinalou García Pérez, referindo-se a atitude de apoio assumida pelo governo do Peru pela continuidade do chavismo na Venezuela, informou o El Comercio.

Alan García Pérez, ex-presidente do Peru em Washington em 2012 (Alex Wong/Getty Images)

É bom ou ruim para a democracia uma reeleição que apoia um país como a Venezuela com 390% de inflação, tal nível de pobreza, que não tem água potável nem eletricidade e se dirige ao isolamento?, questionou o ex-líder de Estado peruano.

García chamou a UNASUL de “armadilha, nepotismo e ‘otoronguismo’” (expressão que sugere corrupção oculta entre as partes interessadas) e criticou a reunião realizada pelos líderes na quinta-feira em Lima, notando que parecia “um teatro com roteiro preparado”, informou a Gestión.

“Lamento profundamente que os líderes se prestem a essa estratégia para manter no poder o grupo chavista. A UNASUL é uma armadilha que, para não ficarem isolados ou em minoria, força aos presidentes a aderirem a esses princípios. Eu sempre evitei essas reuniões”, disse García Pérez.

Finalmente, García terminou dizendo que, em 2006, o chavismo foi derrotado no Peru e se tomou um caminho diferente, que permitiu ao Peru ser uma estrela no mundo e na América do Sul.

“Tenho esperança de que o atual governo mantenha o curso e não ouça cantos de sereias tropicais desses países que de fato levaram seus povos ao fracasso”, concluiu Alan García.

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