Uma em três chances de a Grécia deixar União Europeia

07/06/2012 03:00 Atualizado: 07/06/2012 03:00

O líder grego radical de esquerda Alexis Tsipras gesticula durante uma apresentação da plataforma de seu partido nas eleições de Atenas, em 1º de junho. Tsipras prometeu renegociar o acordo de resgate do país a partir do zero se seu partido Syriza ganhar as eleições cruciais de 17 de junho na Grécia. (Louisa Gouliamaki/AFP/Getty Images)G-7 realiza conversações de emergência

NOVA YORK – Há uma chance em três de a Grécia deixar a zona do euro e a moeda do euro, disse a Standard & Poors (S&P), uma empresa de classificação de crédito num relatório na segunda-feira.

“Isso pode ser provocado pela Grécia rejeitar as reformas exigidas pela Troika, composta pela Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE); e como consequência ter suspenso o apoio financeiro externo.”

A crise da dívida europeia entrou em seu terceiro ano e forçou a Grécia, Irlanda e Portugal a recorrerem a pacotes de socorro. Os analistas também esperam que a Espanha exija resgate num futuro próximo, considerando o estado de seu setor bancário e o alto desemprego.

Recentemente, tem havido considerável especulação se a Grécia abandonaria a moeda do euro e as medidas de austeridade rigorosas que ela deve aceitar executar para seguir em frente.

A maioria dos analistas acredita que as próximas eleições, a serem realizadas em 17 de junho, levarão ao poder políticos que se opõem a permanecerem na zona do euro e receberem mais resgates. No entanto, ainda não está claro que ramificações uma saída grega do euro provocaria no cenário político e econômico da região, bem como nos mercados financeiros em geral.

S&P prevê que a economia grega sofrerá como resultado, se a nação decidir sair da zona do euro. “Tal resultado, em nossa opinião, prejudicará seriamente a economia da Grécia e a posição fiscal na liderança em médio prazo e, provavelmente, ocasionará outra omissão grega da dívida”, disse S&P no relatório.

Ele também disse que o movimento seria um incidente isolado e evitaria que outros países saíssem do bloco atual de 17 nações, depois de testemunhar as duras consequências econômicas e fiscais que a Grécia enfrentaria.

Negociações de emergência

Os ministros das Finanças do Grupo dos Sete (G-7) concordaram em realizar negociações de emergência na terça-feira para discutir a crise do euro, centrando-se especificamente sobre o futuro da Espanha.

Os ministros do G-7 sentem que existem certos riscos colocados pela crise bancária atual espanhola e pelas próximas eleições gregas de 17 de junho, que poderão anunciar turbulência dos mercados financeiros globais. “Todos os instrumentos estão disponíveis para garantir a segurança dos bancos na zona do euro”, disseram a chanceler alemã Angela Merkel e os líderes de sua coalizão de centro-direita num comunicado na segunda-feira.

O Banco Central Europeu (BCE) também planeja se reunir na quarta-feira, e um corte da taxa de juros não pode ser descartado, dado o ambiente atual. Na semana passada, já existiram casos de bancos sendo executados na Espanha e na Grécia.