Uma atrocidade revelada na China

23/04/2013 16:48 Atualizado: 20/04/2014 21:10
David Kilgour (direita), ex-secretário de Estado canadense, apresenta relatório sobre o assassinato de praticantes do Falun Gong na China para a retirada de seus órgãos, enquanto o coautor, David Matas, ouve ao fundo, em 31 de janeiro de 2007 (Matt Hildebrand/The Epoch Times)

No início de 2006, o Epoch Times recebeu informação sobre um hospital no nordeste da província de Liaoning na China, onde praticantes do Falun Gong eram mortos por seus órgãos. Cada órgão gerava dezenas de milhares de dólares, disseram fontes na época. Milhares de pessoas foram vítimas da colheita de órgãos, geralmente enquanto ainda estavam vivas.

As alegações foram chocantes e desconcertantes, de tal forma que alguns no governo, na mídia e entre o público acharam incrível e não acreditaram. Nos últimos seis anos, mais evidências têm se acumulado por meio do trabalho dedicado de pesquisadores e defensores de forma que, em 2012, os dados se mostraram impossíveis de ignorar.

Na maioria dos países a doação de órgãos é voluntária e o tempo de espera por um rim envolve anos. Em 2006, os hospitais chineses faziam publicidade de tempos de espera de uma semana. E os transplantes eram programados.

A única maneira de agendar o transplante de um órgão vital é se você estiver matando o doador, explicam médicos de transplante. As operações foram realizadas em segredo, os receptores dos órgãos não descobriram de onde veio o órgão e eles nem sequer viram a assinatura do médico de transplante.

Um aumento exponencial no número de transplantes começou a ocorrer na China em 2000, um ano após o início da maior perseguição na história da China moderna: a campanha contra a disciplina espiritual do Falun Gong.

Após o ex-líder chinês Jiang Zemin começar a campanha de perseguição em 1999, o aparato de propaganda e as forças de segurança foram direcionados contra os adeptos: eles caluniaram o Falun Gong na mídia e a polícia secreta trancafiou praticantes em campos de trabalho onde foram submetidos à tortura e lavagem cerebral.

Dentro de um ano, as forças de segurança e o complexo militar-médico, que trabalham em conjunto, descobriram que podiam fazer dinheiro com a “pilhagem” dos órgãos de praticantes do Falun Gong presos. O termo foi cunhado por David Kilgour, o ex-secretário de Estado canadense para a Ásia-Pacífico, que foi coautor de um relatório sobre o tema em 2006.

O documento mostrava que os transplantes eram extremamente rentáveis. Alguns hospitais listaram tais operações como sua principal fonte de receita. O ‘Centro de Assistência da China para a Rede Internacional de Transplante’ listava em 2006 um rim por US$ 62 mil, um fígado por US$ 98-130 mil, um coração por US$ 130-160 mil e o combinado de fígado e rim por US$ 160-180 mil. Para o sistema de saúde subfinanciado e oficiais corruptos que tinham um mandato para eliminar o Falun Gong, as peças se encaixavam.

Dentro do sistema comunista chinês, em torno de 2006, o horror dessa barbárie sistemática chegou ao ponto de ser tratado como algo normal. Funcionários de hospitais que recebiam telefonemas perguntando sobre doações de órgãos, e especificamente sobre órgãos de praticantes do Falun Gong, respondiam afirmativamente, como se para tranquilizar o interlocutor-investigador que se passava por interessado.

Ao mesmo tempo, eles revelaram que os dadores estavam vivos, à espera de serem selecionados e colhidos. O diretor Song do Centro Oriental de Transplante de Órgãos da cidade de Tianjin foi perguntado se era esse o caso em 15 de março de 2006.

“É claro”, disse ele. “Nós temos todos aqueles que respiram e com coração batendo. […] Até agora, neste ano, tivemos mais de 10 rins, mais de 10 desses rins.”

O impostor-investigador perguntou novamente, “Mais de 10 desse tipo de rim? Você quer dizer de corpos vivos?”

“Sim, é isso mesmo”, confirmou Song.

De acordo com investigadores e relatos de um ex-guarda de um hospital militar, as vítimas são injetadas com uma anestesia geral e às vezes apenas uma pequena quantidade, o que efetivamente as paralisa. Elas são então abertas e, por vezes, enquanto o coração ainda bate, seus órgãos são removidos. Os corpos podem ser incinerados ou descartados posteriormente.

Entre 2000 e 2006, a taxa de transplante na China aumentou 386%. Nos seis anos de 1994-1999, apenas 18.500 transplantes foram registrados. Mas apenas em 2005, houve cerca de 20 mil. Os praticantes do Falun Gong perseguidos são a única nova fonte de órgãos desde 2000. Cerca de 100 mil podem ter sido sacrificados desde 2000 até agora, enquanto este genocídio continua.

Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT