Um alerta sobre a extração de órgãos de pessoas vivas na China

28/01/2012 00:00 Atualizado: 28/01/2012 00:00

David Matas numa conferência. (The Epoch Times)O extenso e minucioso relatório do ex-secretário de Estado do Canadá, David Kilgour, e do advogado de Direitos Humanos, David Matas, concluiu como verdadeiras as denúncias de extração de órgãos de praticantes do Falun Gong para venda e uso em transplantes.

O Falun Dafa, também conhecido como Falun Gong, é uma prática pacífica de meditação que enfatiza os princípios da verdade, benevolência e tolerância. No começo, em 1992, o Falun Dafa era acolhido, permitido e promovido pelo regime ditatorial chinês. Porém, depois do Falun Dafa alcançar enorme popularidade – cerca de 100 milhões de praticantes – e superar o número de membros do Partido Comunista, em 1999, o regime declarou a prática ilegal e começou uma brutal campanha de perseguição contra seus praticantes que continua até hoje, que inclui prisões e vários tipos de torturas que já tiraram a vida de milhares de vítimas.

No início de 2005, surgiram várias denúncias de que milhares e milhares de praticantes do Falun Dafa detidos (desaparecidos) foram assassinados e usados – e ainda são – como “fonte viva de órgãos” vendidos a altíssimos preços para aqueles que normalmente teriam que esperar um longo tempo por órgãos de doadores voluntários em seus países de origem.

O ex-secretário de Estado do Canadá, David Kilgour, e o advogado de Direitos Humanos, David Matas, encabeçaram uma longa e minuciosa investigação que recolheu evidências e concluiu confirmando como verdadeiras as denúncias (www.organharvestinvestigation.net).

“Órgãos – coração, rim, fígado, córnea, etc. – foram sistematicamente extraídos de praticantes do Falun Dafa em hospitais na China. Os praticantes receberam injeções para induzir uma parada cardíaca e, portanto, eles morreram durante a extração de seus órgãos, e depois eram incinerados.”

Em função das investigações, embora o governo chinês as negue, foram tomadas medidas como: proibição da venda de órgãos, um melhor controle sobre os hospitais que fazem transplantes, retirou-se da Internet sites que anunciavam os preços dos órgãos e prazos de quase pronta entrega, entre outras medidas.

Tais mudanças não são suficientes para resolver os abusos denunciados. Ao contrário, para os praticantes do Falun Gong, a situação piorou, não melhorou. Desde que começaram a investigação, o número de presos condenados à morte e depois executados diminuiu drasticamente, porém o número de transplantes, após diminuir um pouco no início, logo voltou aos níveis anteriores. Dado que, além dos praticantes do Falun Dafa detidos, a outra maior fonte de órgãos para transplantes são os presos condenados à morte, então, com a diminuição registrada do número de presos executados, isto significa um aumento no abastecimento de órgãos por meio de praticantes do Falun Dafa.

Há uma tendência em querer converter governos e as Nações Unidas em promotores do respeito aos direitos humanos. No entanto, os direitos humanos pertencem aos inimigos. A menos que os indivíduos promovam o respeito aos direitos humanos, pouco acontecerá. Entre governos, existe a política internacional, interesses comerciais, pressões diplomáticas. Além disso, países como a China, que violam enormemente os direitos humanos, têm assento nas Nações Unidas e nas comissões de direitos humanos.

Apesar das evidências, o governo chinês não explica nem responde a essas questões cruciais. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha não tem permissão para visitar prisioneiros na China, tampouco qualquer outra entidade que protege os direitos humanos de prisioneiros.