UERJ adere à greve nacional das universidades

11/06/2012 11:20 Atualizado: 11/06/2012 11:20

Docentes da UERJ em Assembleia Geral na última terça-feira deflagram greve a partir de hoje por 293 votos contra quatro e uma abstenção. (Cortesia de ANDES-SN)Com adesão, paralisação que já atinge 80% das federais se expande também para as estaduais. Baixos salários, planos de carreira defasados e infraestruturas precárias estão entre as principais queixas da categoria

A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) entra em greve hoje, por tempo indeterminado. A decisão foi tomada quase por unanimidade na última terça-feira (5) em assembleia docente, que também contou com a presença de estudantes e técnico-administrativos.

A adesão da UERJ marca a expansão da paralisação das instituições de ensino superior, iniciada pelas federais em 17 de maio, também para as instituições estaduais. A greve é uma das maiores realizadas no país, já atinge 51 instituições federais (80%) e deixa um milhão de estudantes sem aulas.

Os docentes da UERJ apresentam mesma pauta de reivindicações. Segundo nota publicada pelo Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes-SN), que comanda a greve, os professores reivindicam melhores condições de trabalho, entre elas aumento do piso salarial, reestruturação do plano de carreira e melhoria na infraestrutura das universidades.

No caso da UERJ, a categoria reivindica ainda dedicação exclusiva, recomposição salarial imediata de 22%, retirada da representação do governo do estado do Rio no STF contra os triênios e regularização da situação trabalhista dos professores substitutos.

Atualmente, a profissão conta com 17 níveis de variação da remuneração. O Andes propõe alteração para 13 níveis, variando em 5% o salário de cada nível e aumentando o piso salarial dos atuais 1.597,92 reais referentes a 20 horas semanais de trabalho para 2.329,35 reais.

O Comando Nacional da Greve reivindica também melhores condições estruturais nas instituições, como, por exemplo, número suficiente de professores contratados, quantidade necessária de salas de aula, laboratório, refeitório e até papel higiênico. Segundo o sindicato, estas condições básicas estão em falta, prejudicando o ensino e o estudo nas universidades.

No Rio, o comando da greve realizará uma passeata amanhã à tarde da Candelária à Praça XV, no Centro da cidade, seguida de atividades e show, intitulados ‘Universidade na Praça’, para sensibilizar a população.

Prazos

A intensificação do movimento de greve nas universidades do país ocorre após uma reunião com os docentes, marcada para o dia 28 para discutir sua pauta de reivindicações, ter sido adiada pelo Ministério do Planejamento. “Para o Comando Nacional de Greve, o cancelamento demonstra o desrespeito do Governo em relação aos prazos estabelecidos por seus próprios representantes. Isso evidencia também a ausência de proposta efetiva a ser apresentada aos professores para resolver o impasse da greve”, afirmou o Andes em nota.

O ministro da Educação, Aloízio Mercadante, disse em entrevista coletiva que não concorda com a greve dos docentes, pois, segundo ele, o Governo está cumprindo com os principais acordos firmados com os professores. O ministro tem em vista o acordo firmado em 2011 entre o MEC e a categoria em greve que previa aumento salarial de 4%, incluídas gratificações incorporadas aos salários, e a apresentação de uma nova estrutura para o plano de carreira, que deve passar a valer em 2013. Todas essas exigências tinham como prazo março de 2012.

Segundo o Governo, as duas primeiras exigências foram cumpridas através de uma medida provisória, após lentidão na tramitação da matéria no Congresso. No entanto, o novo plano de carreira ainda não foi apresentado. Sobre este atraso, Mercadante disse que ele não prejudica materialmente a entidade em greve, já que o novo plano deve entrar efetivamente em vigor apenas no ano que vem. Quanto aos problemas de estrutura enfrentados pelas universidades, o ministro argumentou que muitas obras já estão sendo feitas nessa área.

IFES em greve:

1. Universidade Federal do Amazonas
2. Universidade Federal de Roraima
3. Universidade Federal Rural da Amazônia
4. Universidade Federal do Pará
5. Universidade Federal do Oeste do Pará
6. Universidade Federal do Amapá
7. Universidade Federal do Maranhão
8. Universidade Federal do Piauí
9. Universidade Federal Rural do Semi-Árido
10. Universidade Federal da Paraíba
11. Universidade Federal de Campina Grande
12. Universidade Federal Rural de Pernambuco
13. Universidade Federal de Alagoas
14. Universidade Federal de Sergipe
15. Universidade Federal do Triângulo Mineiro
16. Universidade Federal de Uberlândia
17. Universidade Federal de Viçosa
18. Universidade Federal de Lavras
19. Universidade Federal de Ouro Preto
20. Universidade Federal de São João Del Rey
21. Universidade Federal do Espírito Santo
22. Universidade Federal do Paraná
23. Universidade Federal do Rio Grande
24. Universidade Federal do Mato Grosso
25. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
26. Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri
27. Universidade Tecnológica Federal do Paraná
28. Instituto Federal do Piauí
29. Centro Federal de Educação Tecnológica de MG
30. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
31. Universidade do Vale do São Francisco
32. Universidade Federal de Goiás (Catalão e Jataí)
33. Universidade Federal de Pernambuco
34. Universidade Federal do Acre
35. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
36. Universidade Federal do Rondônia
37. Universidade de Brasília
38. Universidade Federal de Juiz de Fora
39. Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais
40. Universidade Federal do Pampa
41. Universidade Federal de Alfenas
42. Universidade Federal Fluminense
43. Universidade Federal do Rio de Janeiro
44. Universidade Federal de São Paulo
45. Universidade Federal de Grande Dourados
46. Universidade Federal de Santa Maria
47. Universidade Federal do Tocantins
48. Universidade Federal da Bahia
49. Universidade de Integração Latino Americana
50. Centro Federal de Educação Tecnológica do RJ
51. Universidade Federal do ABC