A Ucrânia enquanto nação soberana vinha negociando um acordo de associação com a União Europeia. Malgrado os aspectos negativos que essa aproximação poderia trazer, essa aproximação teria um efeito positivo muito maior: afastar as garras opressoras da Rússia. O acordo garantiria a independência do país face à cobiça russa.
Porém, o atual presidente ucraniano Viktor Yanukovich vinha agindo como dócil instrumento do líder russo Vladimir Putin. Para Putin, que mais recentemente escolheu as roupagens de defensor do cristianismo, na realidade não havia dúvidas: ele quer reconstituir a grandeza opressiva da falida URSS. E a Ucrânia é a “joia da coroa” da URSS.
Trata-se para Putin de engoli-la sim ou sim. Com habilidade muito típica da KGB e manipulando presidente e deputados pró-russos, o senhor todo-poderoso da Rússia conseguiu vetar o acordo que possibilitaria a aproximação da Ucrânia com a União Europeia e que consequentemente afastaria o povo ucraniano da opressão russa.
Estátua de Lênin sendo derrubada em Kiev
O povo ucraniano está se mostrando determinado e idealista. Ele lembra os milhões de seus antepassados massacrados pela nefasta URSS e está habituado às mentiras sistemáticas da propaganda da KGB. Ele percebe o que está por detrás do jogo diplomático: a escravidão, a perda de independência e os vexames nacionais de toda espécie.
A União Europeia acusou a Rússia de impedir o acordo, como forma de manter o seu domínio sobre as antigas repúblicas soviéticas. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, sempre bom de papo, afirmou que rejeitará os vetos da Rússia.
E Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, afirmou: “Chegou a hora da coragem e decisão. Não devemos renunciar diante de pressões externas, mesmo da Rússia.” Outros compararam Putin com Breznev e Stalin.
Porém, desses líderes da UE só se pode aguardar inércia e capitulação face ao agressor russo. E a imprensa reconheceu que “na briga por Kiev, Putin bate Europa” (Folha de S. Paulo, 29.11.2013)
O povo ucraniano compreendeu que estava sozinho. Mas não arredou e corajosamente saiu às ruas das grandes cidades para repudiar a manobra de Moscou e de seus sequazes. Além disso, eles pedem a renúncia do governo satélite da Rússia, encabeçado pelo presidente Viktor Yanukovich.
Após centenas de milhares de ucranianos cercarem os principais prédios do governo em Kiev, Yanukovich reagiu como reagiram outros instrumentos da URSS nos momentos em que se acreditaram superados. Ele prometeu verbalmente retomar as negociações com a UE.
Mas o povo ucraniano lucidamente não caiu na conversa. No domingo 8 de novembro, a Marcha do Milhão literalmente inundou o centro de Kiev exigindo o fim da sujeição ao ditador disfarçado de cristão Vladimir Putin.
Neste domingo, evidenciando o caráter antissoviético e anticomunista da imensa manifestação patriótica, o povo ucraniano derrubou e esmigalhou uma grande estatua de Lênin que dominava um bulevar de Kiev.
O que fará a raposa xará de Lênin? Cabe a nós patentear nosso apoio e admiração ao povo ucraniano que defende sua pátria contra a agressividade da Rússia, que tenta restaurar o antigo império anticristão e rivalizar-se a ‘pusilanimidade’ do Ocidente.
Acrescentamos que, a exemplo dos protestos na Ucrânia, Putin foi recebido na Armênia com manifestações com cartazes de “Putin, vá para casa” e “Não à URSS”. Os armênios repudiam os planos de incluir o pequeno país do Sul do Cáucaso numa zona de livre comércio sob a liderança de Moscou.
Vídeos: Na festa da Imaculada Conceição, ucranianos derrubam estátua de Lênin, malgrado a repressão de tipo soviético que sofreram.
Esta matéria foi originalmente publicada pelo blogue Flagelo Russo