Ucrânia: OTAN estuda uso da força no leste da Europa

01/09/2014 16:07 Atualizado: 01/09/2014 16:07

O secretário-geral da Aliança Atlântica disse hoje (01/09) que os líderes dos países aliados aprovarão esta semana um plano de ação para dotar a organização de uma resposta ao comportamento “agressivo” da Rússia na crise da Ucrânia.

“Vamos assegurar a capacidade e a preparação da Aliança Atlântica, capaz de defender os aliados de qualquer ataque”, disse Anders Fogh Rasmussen em conferência de imprensa em Bruxelas sobre a reunião da OTAN que será realizada no País de Gales esta semana.

Rasmussen explicou que os chefes de Estado e de Governo dos 28 países da OTAN vão analisar o Plano de Ação Rápida (RAP na sigla em inglês) que vai fazer com que a Aliança Atlântica fique mais “ágil do que nunca”, reforçando a defesa coletiva dos Estados membros.

“O plano é uma resposta ao comportamento agressivo da Rússia, mas também permite que a OTAN responda aos diferentes desafios de segurança, de onde quer que venham”, disse Rasmussen.

O secretário-geral da organização disse também que a nova força vai ser composta por vários milhares de soldados em esquema de rotação pelos vários países, mas ressalvou que ainda “é muito cedo” para fornecer números concretos.

“A capacidade de resposta da OTAN será reforçada de maneira significativa. Será desenvolvido aquilo que se pode chamar ‘vanguarda’ da nossa capacidade de resposta: uma força de ação muito rápida e que pode ser projetada em pouco tempo”, afirmou.

Sobre o mesmo assunto sublinhou que a projeção da força vai acontecer “dentro de poucos dias”.

Rasmussen acrescentou que a nova força “vai estar preparada para responder quando for necessário e com o apoio de meios terrestres, aéreos e marítimos, e das forças especiais a qualquer ameaça dos aliados”.

Os líderes da OTAN e dos países associados à Aliança Atlântica, além dos Estados que formam a missão aliada no Afeganistão (ISAF) vão participar esta semana de uma reunião em Newport, perto de Cardiff no País de Gales.

No mesmo encontro também será analisada a situação no Iraque e no Afeganistão, entre outros assuntos, mas o encontro será centrado, essencialmente, na crise ucraniana e nas relações cada vez mais deterioradas entre a Rússia e os aliados.

A OTAN, que completa 65 anos, fará a reunião de Cardiff num momento considerado “crucial” por Rasmussen, devido à crise na Ucrânia e ao incremento do extremismo islâmico, assim como a fragilidade de Estados como o Afeganistão e o Iraque.

O Plano de Ação Rápida (RAP) vai garantir aos Estados “forças e equipamentos nos locais e momentos adequados”, reforçou Rasmussen sublinhando que a presença aliada no Leste da Europa vai prolongar-se durante o tempo que for necessário.

A OTAN também afirmou que “não quer atacar ninguém” mas sim responder aos “perigos e ameaças que são cada vez mais presentes e visíveis”.

Durante a reunião no País de Gales está previsto um encontro entre o secretário-geral da OTAN e o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, a quem os aliados já demonstraram apoio devido à “agressão” da Rússia na região leste ucraniana.

Rasmussen voltou a dizer que o comportamento de Moscou configura uma “violação flagrante” dos acordos firmados entre a OTAN e a Rússia.

Para o líder da Aliança Atlântica, a Rússia, depois do fim da Guerra Fria, não considera a OTAN como um parceiro.

“Não podemos ser ingénuos nem termos ilusões. Enfrentamos uma realidade em que a Rússia nos considera como adversários. Temos de adaptar-nos a esta situação.”

Sobre a possibilidade de Kiev pedir no futuro adesão à OTAN, Rasmussen disse que o assunto será devidamente analisado.

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Editado pelo Epoch Times