As autoridades de Kiev alertaram ontem (2) para a existência de um deslocamento “intenso de equipamentos e de tropas” russas na zona controlada pelos separatistas, no leste da Ucrânia.
“Há um intenso deslocamento de equipamentos militares e de tropas inimigas do território da Rússia rumo ao território controlado pelos rebeldes”, afirmou um porta-voz militar ucraniano, Andriy Lyssenko, citado pela agência de notícias France Presse.
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As regiões separatistas pró-russas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, votaram ontem para escolher os presidentes e parlamentos regionais, numa eleição que visa legitimar a independência declarada unilateralmente, mas é considerada ilegal por Kiev.
Ao lado do governo ucraniano, ONU, União Europeia, OTAN e vários países ocidentais asseguram que o voto separatista viola a legislação ucraniana e mina os esforços que conduziram à assinatura de um memorando de paz em setembro.
A Rússia, em contrapartida, é o único apoio dos separatistas, tendo afirmado, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, que “reconhecerá naturalmente” os resultados.
Entretanto, dois soldados morreram na manhã de ontem devido à explosão de um carro-bomba num posto de controle junto à cidade de Mariúpol, no leste da Ucrânia, informou o Conselho de Segurança Nacional e de Defesa (CSND) ucraniano.
Os comícios nas zonas controladas pelos separatistas foram declarados ilegais pelo governo da Ucrânia, cujo serviço de segurança instaurou hoje um processo contra os seus organizadores por “atentado contra a ordem constitucional” e “intenção de usurpação do poder”.