O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, pediu hoje (22) uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para apresentar provas de que a Rússia pretende sabotar as eleições presidenciais ucranianas, previstas para domingo (25).
“Dirigimo-nos aos nossos parceiros no Conselho de Segurança da ONU para que se reúnam com urgência. Iremos apresentar provas de que o lado russo tem tentado provocar uma escalada do conflito (…) e sabotar as eleições presidenciais”, disse Iatseniuk, em entrevista.
O primeiro-ministro interino qualificou como “simulação” o anúncio russo sobre a retirada das tropas da fronteira com a Ucrânia, enquanto o chefe do Conselho de Segurança ucraniano, Andrei Parubi, acusou Moscou de estar por trás dos ataques que sofreram, hoje de madrugada, as forças de Kiev na Região Leste do país, cenário de uma insurreição armada pró-Moscou.
Nove soldados ucranianos morreram hoje e pelo menos 20 ficaram feridos em combates com os insurgentes pró-russos nas localidades de Volnovaja e Rubezhnoe, nas regiões de Donetsk e Lugansk, informou o Ministério da Defesa ucraniano.
Andrei Parubi acusou os insurgentes de terem lançado, de madrugada, “quatro ataques simultâneos” contra militares e elementos da guarda fronteiriça nessas duas regiões separatistas, que proclamaram, na semana passada, a independência da Ucrânia.
O secretário-geral do Conselho de Segurança ucraniano assegurou que as investidas dos separatistas, que sofreram “várias baixas”, foram contrariadas. Ele denunciou que a Rússia é responsável pelo “treinamento dos terroristas” na Ucrânia, ação que é desenvolvida em uma base militar em Rostov-no-Don, cidade russa próxima à fronteira ucraniana. “Nessa base, os terroristas são treinados para serem introduzidos no território ucraniano. Mais de mil pessoas são treinadas por oficiais russos”, disse.
A insurreição separatista pró-russa no Leste da Ucrânia já fez, segundo as Nações Unidas, cerca de 130 mortos entre 13 de abril e 16 de maio.