1.500 turistas chineses vão ao Japão para aliviar a tensão sino-japonesa antes do 18º Congresso Nacional
Um cruzeiro de 1.500 turistas chineses de Shanghai, da China para o Japão, no sábado (20), provocou um acalorado debate entre os internautas chineses. Isso também pode sinalizar que as relações China-Japão estão melhorando.
Os turistas que chegaram no navio Costa Victoria em Yatsushiro, prefeitura de Kumamoto, Japão, em 20 de outubro, foram calorosamente recebidos pelos locais e funcionários do governo.
Este é o maior grupo turístico chinês que viaja para o Japão desde que a disputa pela soberania das ilhas Diaoyu eclodiu em setembro, o que resultou em ataques a carros e empresas japonesas na China.
Alguns estudiosos acreditam que a viagem sinalize que as tensões entre China e Japão estão aliviando e que os líderes chineses estão tentando “manter a estabilidade” ao permitir a viagem do grupo.
Acalmar a fúria sobre as ilhas é melhor para o regime, especialmente antes do 18º Congresso Nacional, quando a próxima geração de líderes assumirá seus lugares no Comitê Permanente que governa a China. O Congresso está programado para se reunir em 8 de novembro.
Desde que a controvérsia sobre as ilhas Diaoyu (conhecidas como Senkaku no Japão) surgiu novamente em setembro, a China tem boicotado viagens para o Japão.
O evento levou alguns internautas chineses a denunciarem o patriotismo dos que viajaram. “É uma tour de traidores?”, disse um comentário que se tornou viral na internet da China continental. Uma parcela considerável dos internautas chamou os 1.500 visitantes de traidores e o Costa Victoria de um cruzeiro de traidores.
Mas outros internautas tinham opinião contrária, “é a liberdade das pessoas poder viajar!” “Se você não fosse para o Japão, um país civilizado e democrático, você iria à cidade de Xi’an cheia de bandidos e comeria óleo de sarjeta?”
Um internauta especulou, “O grupo é composto principalmente por funcionários públicos e membros do Partido Comunista Chinês e da Liga da Juventude!” “Eu tenho dito que só os civis idiotas são contra o Japão e patrióticos!”
Kiichi Matsuki, chefe da Câmara Yatsushiro de Comércio e Indústria, esperava que a visita deste grupo de turistas chineses pudesse quebrar o gelo nas relações entre o Japão e a China.
Ao mesmo tempo, o vice-primeiro-ministro japonês Katsuya Okada disse em 21 de outubro que o problema da “nacionalização” das ilhas Diaoyu era atribuído ao governo de Tóquio que pretendia comprar as ilhas. Foi a primeira vez que ele reconheceu publicamente a disputa entre os dois países sobre a soberania das ilhas.
Tensões relaxando
A viagem significa que “as relações sino-japonesas são susceptíveis de aliviar”, disse o Prof. Liang Yunxiang ao Diário Ming Pao de Hong Kong. Liang, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Pequim, disse que o 18º Congresso Nacional será realizado em breve e que o evento exige paz e estabilidade na China e no exterior.
Como o Japão também não tem intenção de lutar com a China, os dois lados deram sinais conciliatórios com atividades civis, disse o professor.
Lian Degui, vice-diretor do Centro de Pesquisa da Ásia-Pacífico dos Institutos de Shanghai para os Estudos Internacionais, não acreditava que as relações sino-japonesas permaneceriam eternamente num impasse devido à disputa pelas Diaoyu.
Ambos os lados gostariam de resolver este impasse, então, a China enviou Luo Zhaohui, o chefe dos Assuntos Asiáticos do Ministério das Relações Exteriores, para visitar o Japão em preparação para o próximo encontro diplomático sino-japonês entre vice-ministros. O grupo de passeio para o Japão revelou ainda a intenção da China de aliviar as tensões nas relações sino-japonesas.
Lin Quanzhong, um estudioso da Academia Sinica de Taiwan, disse, “Este grupo turístico relaxou a atmosfera e deu uma oportunidade para que os dois lados dessem o próximo passo.” Ele acrescentou que o encontro próximo entre os dois vice-ministros das Relações Exteriores é digno de atenção.
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