Rebeldes tuaregues e islâmicos no norte do Mali concordaram em formar o Estado de Azawad vários meses depois de tomar importantes cidades da região.
“Acabo de assinar um acordo que contemplará um Estado independente e islâmico, onde temos a lei islâmica”, disse Alghabass Ag Intalla, o chefe do grupo islamita Ansar Dine, ao Al-Jazeera no domingo. Ansar Dine é suspeito de ter ligações com o Al-Qaeda no Maghreb Islâmico (AQMI).
O Mali tem sido perturbado com agitação política depois que um soldado de média patente deu um golpe que afastou o antigo governo do poder, acusando-o de incompetência para lidar com os rebeldes no norte do país. Logo depois, o Movimento Nacional Tuaregue para a Libertação de Azawad (MNLA) lançou ataques tomando várias cidades.
Ansar Dine e o MNLA enviaram uma declaração à AFP no domingo dizendo que “criaram o Conselho de Transição do Estado Islâmico do Azawad”, ou seja, os dois grupos se uniram.
No entanto, Akli Sha’kka, um porta-voz do Movimento da Juventude Tuaregue, disse à emissora que Ansar Dine e os tuaregues “ainda não concordam ideologicamente”. Os tuaregues tem sido tradicionalmente um grupo secular.
“Mas a comunidade internacional tem de saber que isso não será um Estado extremista. É um Estado islâmico e o MNLA afirmou claramente no início das negociações que a lei Shariah não será imposta da forma que Ansar Dine desejava no início”, disse Akli Sha’kka.