Tribo Munduruku alega não ser brasileira e inicia autodemarcação de território

04/11/2014 12:46 Atualizado: 04/11/2014 12:46

Com a previsão do leilão da usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no complexo do rio Tapajós, sul do Pará, para 2015 e a paralisação do procedimento de demarcação do território tradicional, o povo Munduruku do Médio Tapajós, que abrange os municípios de Itaituba e Trairão, iniciou no final da semana passada (31.10) a autodemarcação da Terra Indígena Sawré Muybu.

Cerca de 60 guerreiros Munduruku foram destacados para a abertura das picadas da autodemarcação, que já abriu mais de 5 km na região delimitando seu território de acordo com o site do CIMI – Conselho Indigenista Missionário, vinculado a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, uma facção marxista dentro da Igreja Católica

Atendendo de forma parcial a pedido liminar do Ministério Público Federal (MPF) do Pará, o juiz Rafael Leite Paulo, da Vara Federal de Itaituba, determinou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) se manifeste acerca da aprovação ou não do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Sawré Muybu no prazo máximo de 15 dias. Dentro deste mesmo período, caso o relatório seja aprovado, o resumo de seu teor deve ser publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Segundo o MPF, a Funai respondeu que não tem prazo definido para dar prosseguimento à demarcação e que não o fez porque estava priorizando demarcações nas regiões nordeste, sul e sudeste do Brasil.

Diversas ONGs vem reforçando seus trabalhos junto ao povo Munduruku e apoiando o pensamento separatista de alguns membros da tribo, como de Ademir Kaba Munduruku, líder do grupo. Ademir diz que seu povo não é brasileiro, mas sim Munduruku. Segundo ele, o Brasil é um invenção dos europeus, enquanto os Munduruku e os indígenas em geral “já nasceram nessa terra antes do europeus chegarem”. Repare no vídeo acima, no tempo 0:29, que há uma voz em segundo plano que coloca a palavra “território” na boca do indígena. A região possui um dos maiores potenciais hidrelétricos do mundo, o Rio Tapajós.

Os indígenas alegam que na região estão presentes garimpeiros, madeireiros, tiradores de palmito, fazendas de gado e grileiros. A grilagem de terras, conforme foi constatado nestes primeiros dias de autodemarcação, aumentou de forma significativa. Acreditam as lideranças indígenas que o fenômeno seja decorrente da busca por indenizações governamentais diante das desocupações a serem geradas pela construção das usinas previstas pelo projeto do complexo hidrelétrico. A entrada de grileiros acontece, sobretudo, pelo município de Trairão.

Não há notícias de conflitos com os indígena na região de acordo com a Funai.

Com informações do site Questão Indígena